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Icaza, Jorge

Quito (Equador), 1906 – 1978

Por Flávio Aguiar

Ele se destacou entre os escritores da Geração de 1930 e foi responsável pela inovação da prosa e da poesia equatorianas, tanto do ponto de vista formal quanto temático, assim como os irmãos Arturo e Alejandro Peralta fizeram no Peru ao recriar esteticamente o indigenismo. Em 1933, ele publicou El dictador, um drama crítico que provocou a censura das autoridades. A partir de então, o diplomata dedicou-se à literatura e, em 1934, editou Huasipungo, um romance que não só o consagra como representante do indigenismo, mas também rompe com o romantismo anterior.

Em vez de idealizar a população nativa ou de imitar modelos espanhóis como muitos de seus contemporâneos, ele formulou uma visão não maniqueísta da realidade e incorporou o léxico indígena ao plano literário. Ele foi um precursor do realismo social de escritores como o ativista político Manuel Scorza, expôs os problemas sociais, divulgou a violência que marcou o encontro entre os conquistadores e os colonizados, e criticou as classes médias formadas pelos mestiços. Outra obra: El chulla Romero y Flores (1958).

Conteúdo atualizado em 03/04/2017 às 14:06.