Volta Grande (Brasil), 1897-1983
Por Luiz Felipe Alves de Miranda
Humberto Mauro foi o grande diretor brasileiro do cinema mudo e dos primeiros anos do sonoro. Realizador dos filmes do ciclo vanguardista de Cataguases, seu primeiro longa-metragem foi Na primavera da vida (1926). Filmou a aventura Tesouro perdido (1927) e os românticos Brasa dormida (1928) e Sangue mineiro (1929). Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi convidado a fazer os filmes dos estúdios Cinédia, começando com um filme romântico moderno, Lábios sem beijos (1930). Em 1933, apresentou dois filmes: aquele que é considerada sua obra-prima, Ganga bruta, e uma película bastante autoral, o documentário A voz do carnaval, dirigido em parceria com Adhemar Gonzaga. Transferiu-se para a Brasil Vita Filmes e dirigiu o grande sucesso popular Favela dos meus amores (1935), além de Cidade-mulher (1936), que não alcançou a mesma repercussão, e o drama Argila (1940). Ingressou, em 1936, no Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE), no qual permaneceu por cerca de três décadas, filmando grande número de curtas-metragens e documentários. Dirigiu o filme histórico Descobrimento do Brasil (1937). Encerrou a carreira com a obra romântica rural O canto da saudade (1952).