Rio de Janeiro (Brasil), 1901 – 1964
Por Flávio Aguiar
Os versos de nuanças neossimbolistas das primeiras obras da escritora carioca reunidos no livro de estreia, Espectros (1919), ganham marcas próximas às da segunda fase do Modernismo, quando se aproxima das vanguardas. Tal característica foi desenvolvida na produção poética da professora, tradutora e cronista. Com muita habilidade para equacionar a precisão das rimas à sonoridade de um léxico metafórico, foi uma das representantes mais expressivas da poesia brasileira. Segundo Alfredo Bosi, era quem modulava “com mais felicidade os metros breves”. Em sua poesia ecoam sinais remanescentes do Simbolismo, característica que comparte com o poeta gaúcho Mário Quintana.
Sua produção poética volta-se também para crianças, público a que se dedicou ao conceber a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro. Outra parcela de sua prosa contempla ensaios e conferências sobre literatura, educação e folclore divulgados em muitas viagens ao exterior. Tais incursões não a afastaram da estreita convivência com os poetas Manuel Bandeira e a chilena Gabriela Mistral. Outras obras: Romanceiro da Inconfidência (1953); Inéditos (1968).