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Nava, Pedro

Juiz de Fora, 1903 – Río de Janeiro (Brasil), 1984

Por Flávio Aguiar

Declarando-se consciente de seus processos de escrita, conviveu com seus conterrâneos Abgar Renault e Aníbal Machado, escritores com os quais discutia literatura, quando não se dedicava à medicina. Desde 1925 colaborava com poemas para a publicação modernista A Revista. Em 1946, figurou na antologia Poetas brasileiros bissextos contemporâneos organizada por Manuel Bandeira. Somente aos 65 anos começou a escrever o primeiro dos seis volumes das memórias que lhe asseguram unânime reconhecimento literário.

Derivado de textos esparsos, Baú de ossos (1972) foi recebido pela crítica como um dos livros fundadores do gênero no Brasil, na esteira de Memórias do cárcere de Graciliano Ramos, e precursor do romance de testemunho, como Em câmera lenta de Renato Tapajós. Em 1974, publicou o segundo volume, Balão cativo, pelo qual recebeu o Prêmio Machado de Assis. Em 1983, publicou O círio perfeito, com que encerrava suas memórias. Os outros volumes são: Chão de ferro (1976); Beira-mar (1980); Galo-das-trevas (1981).