Rio de Janeiro (Brasil), 1949
Equipe Latinoamericana
Oriundo de uma família tradicional na política do Nordeste brasileiro, Fernando Affonso Collor de Mello diplomou-se em economia. Iniciou sua carreira política como prefeito nomeado de Maceió, durante a ditadura. Foi eleito deputado federal e, posteriormente, governador do Estado de Alagoas, quando ganhou fama de “caçador de marajás” (perseguidor de servidores fantasmas e outros privilegiados). Concorreu à presidência em 1989, contra Luiz Inácio Lula da Silva, por uma legenda até então desconhecida. Diante do crescimento da candidatura Lula, passou a contar com grande apoio da mídia. Fernando Collor propôs pela primeira vez no Brasil um programa neoliberal de governo e começou a implementá-lo. Foi dele o traumático plano de contenção inflacionária que se baseou no bloqueio indiscriminado das economias investidas na tradicional caderneta de poupança (1990) e uma abertura comercial até então sem precedentes.
Foi acusado de corrupção por seu irmão, Pedro Collor. Seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias – o PC Farias – foi denunciado pelo uso de arrecadação paralela de fundos para viabilizar projetos e créditos governamentais, assim como para livrar grandes empresas privadas de sanções por sonegação. O escândalo gerou mobilizações, principalmente do movimento estudantil, com destaque para a União Nacional dos Estudantes (UNE), contra o presidente – seguidas pela participação maciça da população, da mídia e da mesma elite que o havia apoiado. Pressionado pelas ruas e pela opinião pública, o Congresso votou, em 29 de setembro de 1992, o impeachment de Fernando Collor (que renunciaria em 29 de dezembro do mesmo ano). Assumiu a presidência o vice Itamar Franco para completar seu mandato. Suspenso os seus direitos políticos, Collor tentou voltar à vida política depois da sanção, sem sucesso em um primeiro momento. Em 2006, no entanto, conseguiu eleger-se senador. Em 2014 foi eleito para mais um mandato.