A água está presente nas nossas vidas até onde, muitas vezes, não conseguimos ver. Da mesma forma, as ameaças que ela pode trazer são, muitas vezes, invisíveis.
Uma infinita variedade de microrganismos patogênicos pode residir em uma única gota, então é essencial tomarmos providências para mantê-la potável.
Fonte da imagem destacada: Sustainable Economy
Por que se preocupar com a contaminação da água?
Ao pensar em controle de qualidade físico, químico e microbiológico de água, é imediato associar a sua relevância para a produção de alimentos. Por mais que essa ideia não seja errada, é um pouco restritiva. Pouco se fala da importância disso para os demais setores industriais, comerciais e de prestação de serviços, para os quais a água também é um insumo valioso, e de como uma água que não atende aos parâmetros poderia gerar um alarde público. Assim, é de interesse de todos garantir que ela se mantenha livre de contaminantes, pois uma água com potabilidade duvidosa oferece grandes riscos para fornecedores e consumidores, tanto na esfera econômica mas, principalmente, no âmbito da saúde. Confira aqui alguns desses problemas acarretados pela contaminação de água.
Fonte: Adobe Stock
Legenda: Variedade de microrganismos encontrados na água. Imagem representativa.
E o que fazer para prevenir a contaminação de água?
Chegar neste questionamento já é um primeiro passo para lidar com o problema. Embora várias leis e normas estabeleçam requisitos e parâmetros para a potabilidade da água, infelizmente ainda é uma realidade a falta de seguimento delas, seja por falta de cobrança ou incentivo, por acreditar que este seja um problema distante, ou ainda mesmo desconhecimento da sua existência. Ainda assim, para todos os casos, é sempre melhor prevenir do que remediar. Portanto, listamos aqui algumas medidas que ajudam a prevenir a contaminação microbiológica de água e todas as suas consequências.
1. Certifique-se da fonte
No meio urbano, normalmente ficamos sob o atendimento de alguma grande empresa de saneamento básico, responsável pelas análises microbiológicas e físico-químicas da água que consumimos e comercializamos. Esta é uma fonte confiável de água para o uso cotidiano.
Porém, em ambientes distantes ou não tão desenvolvidos, é comum que se faça uso de poços artesianos e/ou sistemas próprios de encanamento. Nestes casos, é de extrema importância realizar análises microbiológicas deste recurso em todas as etapas da cadeia para testar a presença de microrganismos patogênicos, principalmente coliformes.
Fonte: Adobe Stock
Legenda: Poço artesiano utilizado como fonte de água não convencional.
Agora, mesmo estando sendo abastecido por uma grande rede, para finalidades que não se limitam ao uso individual, também é importante se certificar com certa periodicidade se essa água estaria livre de agentes contaminantes.
2. Mantenha as condições higiênicas do ambiente
Da mesma forma que uma água imprópria pode contaminar espaços e objetos, espaços e objetos também podem contaminar a água!
A contaminação cruzada é uma temática abordada por resoluções legislativas da área de alimentos, mas que se estendem a qualquer outro âmbito. Ela nada mais é que a transferência de microrganismos de uma superfície para outra. Como alguns descuidos que podem propiciar a dispersão de patógenos podem ser tomados no dia-a-dia, mesmo de forma imperceptível, as medidas de redução de danos que envolvem reduzir a contaminação cruzada são essenciais.
As principais incluem:
-
Manter os recipientes para condução e armazenamento de água sempre limpos e bem fechados;
-
Adotar as Boas Práticas de Manipulação;
-
Limpar caixas d’água a cada seis meses;
-
Não poluir a região no qual a água é obtida ou armazenada, pois, além do poluente poder ser diretamente o contaminante, muitas vezes ele atrai animais, que são vetores para potenciais patógenos.
3. Fique de olho nos sinais
Fazer um bom uso das nossas habilidades sensoriais é essencial para se ter uma ideia da potabilidade da água. Sentir um gosto estranho, um odor diferente, uma certa turbidez ao olhar contra a luz, ou perceber alguma partícula flutuando nela, por menor que seja, podem ser indicativos de alteração de sua qualidade.
No entanto, é importante ressaltar que nem tudo é o que parece. Ainda não nos desenvolvemos a ponto de conseguir avaliar a olho nu os parâmetros mais importantes utilizados para análise de água, como por exemplo os milhares de microrganismos que podem estar em um simples copo. Assim, embora sejam úteis, não podemos confiar cegamente nesses parâmetros macroscópicos. Por isso, observar algum sintoma após a ingestão desse material também pode ser uma forte evidência de contaminação.
Fonte: Pexels
Legenda: Os parâmetros macroscópicos da água são importantes indicativos de sua qualidade.
4. Mantenha periodicidade nas análises
Às vezes, um problema na fonte ou alguma pequena alteração em um processo pode comprometer o que se acreditava já estar certo. Assim, sempre que for feita alguma mudança no local ou nas condições do local em que a água é obtida, armazenada ou processada, é recomendado realizar uma nova bateria de análises para confirmar se este novo ambiente ainda é seguro e não permite o desenvolvimento de microrganismos.
Fonte: Umwelt Bundesamt
Legenda: Copo de água dentro dos parâmetros macroscópicos adequados.