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A conservação da biodiversidade em exposições de zoológicos: diálogos entre públicos e instituição – Hélen Akemi de Queiróz Nomura

A conservação da biodiversidade em exposições de zoológicos: diálogos entre públicos e instituição – Hélen Akemi de Queiróz Nomura

Interunidades em Ensino de Ciências – 2015

Com a atual crise ambiental, surgem diversos desafios para que a conservação dos ambientes naturais seja possível. Diante disso, a educação se torna uma importante aliada na promoção de um engajamento social para a solução dos problemas que a crise abrange. Nesse sentido, os zoológicos apresentam um grande potencial para se abordar a temática na tentativa de possibilitar hábitos e atitudes em prol da conservação da biodiversidade. Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo analisar o diálogo entre os significados atribuídos à conservação, a partir da perspectiva da instituição e de seus públicos. Para isso, procurou-se explicitar as percepções dos visitantes sobre o discurso expositivo quanto à conservação biológica, utilizando-se uma abordagem sociocultural baseada nos trabalhos de Vygotsky. Além disso, buscou-se identificar como a conservação da biodiversidade é abordada na exposição “O Pulo do Sapo” mantida pela Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP) a partir do discurso expositivo e de seus conceptores. Assim, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro conceptores da exposição e oito grupos familiares que a visitaram no período da pesquisa, cujas conversas durante o percurso da visita foram registradas em áudio e vídeo. Para a análise, foram desenvolvidas categorias que permitissem identificar diferentes aspectos da conservação biológica passíveis de serem abordados pelos diferentes sujeitos. Com base nessas categorias, percebe-se que o discurso científico-naturalístico valorizado tanto pela exposição quanto por seus conceptores não é percebido pelos públicos na complexidade com que é abordado. Nesse aspecto, as conversas dos públicos foram basicamente de caráter empírico e pautadas na observação direta e fortemente associadas a uma experiência estética ao despertarem, principalmente, sentimentos de admiração e apreço pelos anfíbios. Além disso, tanto os visitantes como os profissionais relacionaram a conservação biológica ao valor intrínseco atribuído a todos os seres vivos. Por outro lado, embora os conceptores considerem múltiplas formas de se promover a conservação e estas sejam apresentadas na exposição, os visitantes se referiram apenas às ações cotidianas em nível individual, o que não foi abordado pela exposição. Com isso, pode-se considerar que a exposição apresenta certas limitações que podem ter implicações em suas intenções comunicativas. Por outro lado, ainda assim, trata-se de um espaço extremamente importante ao aproximar o público desse grupo de animais e, por isso, a iniciativa da FPZSP é imensamente válida ao permitir que seus visitantes possam “perceber” os anfíbios. Para uma complexificação das atribuições de sentidos, é possível que uma abordagem expositiva que polemize sobre os múltiplos aspectos envolvidos na conservação das espécies possa potencializar as elaborações conversacionais sobre o tema, além de ampliar os repertórios conceituais e culturais de seus diferentes públicos. No que se refere às categorias desenvolvidas, espera-se que possam ser utilizadas e aprimoradas como instrumentos de análise que auxiliem os setores educativos dessas instituições a avaliarem suas práticas, procurando aperfeiçoá-las como ações para a conservação. Contudo, para que se possa averiguar o efetivo potencial dessas categorias, fazem-se necessários mais estudos a esse respeito.

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