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Contradições na atividade de ensino/aprendizagem de Evolução em um museu de ciências – Adriana Chagas

Contradições na atividade de ensino/aprendizagem de Evolução em um museu de ciências – Adriana Aparecida Andrade Chagas

Estudante do Programa Interunidades em Ensino de Ciências

A teoria da evolução é amplamente aceita por diversos autores como um tema unificador da biologia devido ao papel central que desempenharia na compreensão dos fenômenos biológicos. Mais recentemente, tem sido dada grande atenção à sua importância no ensino, tanto no nível superior quanto na escola básica. Desse modo, um crescente número de pesquisas a esse respeito busca entender como ocorre o ensino e aprendizagem de evolução nas escolas, quais são as dificuldades envolvidas e como ensinar evolução. Junto a esse movimento, durante os últimos trinta anos, a educação não formal tem sido também considerada um importante contexto para o aprendizado do tema. O foco principal tem sido entender como o público, seja escolar ou espontâneo, compreende os conceitos evolutivos, bem como avaliar as exposições e suas potenciais contribuições no ensino do tema. Essas pesquisas salientam a importância desses ambientes na aproximação do público com o conhecimento científico envolvido, facilitando assim sua aceitação e compreensão. Como resultado, a crescente produção acadêmica na área tem produzido conhecimento sobre as interpretações do público de museus – principalmente estadunidense e europeu – sobre evolução. Em contrapartida, nada é conhecido sobre a relação do público brasileiro de museus de ciências com o tema. Tornam-se então necessárias pesquisas sobre as concepções desse público a fim de subsidiar o desenvolvimento de atividades educativas para o ensino de evolução em museus do Brasil. Com origem nessa preocupação, o presente trabalho tem como objetivo investigar as principais contradições envolvidas nas atividades de ensino e aprendizagem de evolução que se realizam na exposição “Do macaco ao Homem” do Catavento Cultural. Para tanto, as interações durantes as visitas de dez grupos familiares registradas em áudio e vídeo serão analisadas sob a perspectiva histórico-cultural da aprendizagem (Vigotski, 2007). Também será realizada a análise do discurso expositivo (textos, objetos, imagens e discurso do mediador) e das intencionalidades e contradições na concepção da exposição através de entrevistas semiestruturadas com os sujeitos envolvidos na concepção desse discurso, definindo-se as atividades de ensino e aprendizagem em movimento nas negociações do conhecimento sobre evolução. Com esse repertório metodológico, espera-se que, por meio da análise das entrevistas e das interações conversacionais e conflitos suscitados durante a visitação, utilizando-se a estrutura de análise dos Ciclos Expansivos de Aprendizagem (ENGESTRÖM, 1987), seja possível traçar as principais interpretações desses visitantes e de que modo a exposição contribuiu para tal, bem como apontar os principais elementos tensores que podem se constituir tanto como inibidores mas principalmente, como disparadores de potenciais ciclos de aprendizagem.