1931
Claudine Haas nasce em Nêuchatel, na Suíça.
Cruzamento
1931 - 1947
Passa a infância em Oradea, cidade romena que pertenceu à Hungria até o fim da 1ª Guerra.
“Com apenas algumas semanas de idade, fui levada para o país onde cresci, então tenho pouca ligação com a Suíça (…). Quando nasci, Oradea fazia parte da Romênia, mas meu pai não falava romeno, só húngaro e alemão. Quando comecei a ir à escola, a cidade já era parte da Hungria. Nunca aprendi de fato o romeno. E minha mãe falava francês, porque era da Suíça francesa. Era uma mistura e tanto. A mãe de meu pai era austríaca. Fui criada em várias línguas ao mesmo tempo, desde muito pequena.” (In: No lugar do outro, 2015).
1939
Início da 2ª Guerra Mundial e ascensão de regimes totalitários.
1940
O MoMA cria um Departamento de Fotografia no museu, estabelecendo parâmetros para inaugurar uma História da Fotografia, que se tornou uma narrativa de referência (cf. Helouise Costa). Surge o movimento do "Expressionismo abstrato" ou "Escola de Nova Iorque" nos EUA. Entre os artistas mais destacados dessa vanguarda artística, destacam-se Jackson Pollock (1912–1956), Willem de Kooning (1904–1997) e Mark Rothko (1903–1970), entre outros.
Cruzamentos
1944
Deportação e extermínio da família paterna em Auschwitz e Dachau. Claudia foge com a mãe para a Suíça.
1945
Fim da 2ª Guerra Mundial.
1946
Chegada a Nova York, a convite de um tio paterno, o médico Marcel Haas. Adota o nome Claudia.
1949
Casa-se com o refugiado espanhol Julio Andujar. Divorcia-se de Julio em 1953, mas mantém o sobrenome Andujar para esconder a origem judaica. Começa a estudar artes no Hunter College, em Nova York.
1950
Começa a pintar, inspirada pelo expressionismo abstrato. Um artista que lhe causa forte impressão, ao visitar os museus de Nova York, é o pintor franco-russo Nicolas de Staël (São Petersburgo, 1914 - Antibes, 1955), ligado ao abstracionismo russo. De Staël, no entanto, gostava da área intermediária entre os campos figurativo e abstrato – era um realista, mas queria reinventar a realidade, sem nunca perder de vista o mundo real.
Cruzamentos
“Não vejo relação entre a pintura e a fotografia além da necessidade, nos dois casos, de expressão e comunicação, em mundos e meios culturais muito diferentes. Minha busca na fotografia reflete a busca do outro, enquanto na pintura buscava uma janela aberta para me encontrar.” (In: No lugar do Outro, 2015)
1951
Criação do Laboratório de Fotografia do MASP.
1955
Chega a São Paulo e começa a se interessar por fotografia.
1956
Viaja pelo litoral paulista e pela America Latina (Bolívia, Peru, Argentina e Chile). Incentivada por Darcy Ribeiro, realiza seu primeiro trabalho autoral entre os Karajá, na Ilha do Bananal.
1959
O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) adquire duas de suas fotografias.
1960
Inauguração de Brasília, a nova capital federal, em 21 de abril. Movimento Cinema Novo nos anos 1960.
1960
Publicação das fotos dos Karajá na revista Life. Lew Parrella organiza a primeira exposição individual de fotos de Andujar na galeria Limelight, em Nova York.
Cruzamentos
1962
O Código Civil de 1916 restringia a liberdade das mulheres. Foi somente com Estatuto da Mulher Casada, em 1962, que a mulher passou a ter autonomia para viajar livremente.
1964
Golpe de 1964. Início da Ditadura Civil-Militar no Brasil.
1966
Começa a trabalhar como fotógrafa freelancer para a revista Realidade.
1968
Casa-se com George Love, que fazia parte da Associação dos Heliógrafos, formada por fotógrafos da Costa Leste dos EUA. Andujar integra o grupo. No mesmo ano, a New York Times Magazine estampa a capa com a foto de um indígena Xikrin captada por Andujar.
1970
É convidada para trabalhar em um número especial da revista Realidade, dedicado à Amazônia. Entra em contato pela primeira vez com comunidades Yanomami.
Cruzamentos
1971
Organiza a exposição "A família brasileira" com George Love e Maureen Bisilliat no MASP. Com uma bolsa da Fundação John Simon Guggenheim, viaja com George Love à área Yanomami da missão católica da bacia do Rio Catrimani, em Roraima, onde conheceu o missionário Carlo Zacquini.
1972
Volta sem George Love à região do Catrimani com o financiamento de uma bolsa da Fundação Guggenheim. Organiza com George Love, Maureen Bisilliat e Walter Zanini a exposição O fotógrafo desconhecido, no MAC-USP.
1974
Separa-se de George Love. Juntamente com Carlo Zacquini, inicia o projeto sobre desenhos com os Yanomami.
1976
Naturaliza-se brasileira. Recebe uma bolsa da FAPESP para continuar a documentação fotográfica dos Yanomami e coletar desenhos sobre a mitologia yanomami (1976-1978). Viaja de carro de São Paulo ao Catrimani com Carlo Zacquini essa pesquisa sobre desenhos.
1977
Conhece Davi Kopenawa. É expulsa do território yanomami pela FUNAI e enquadrada pela Lei de Segurança Nacional.
1978-1979
Publicação dos livros Yanomami: frente ao eterno (Praxis) e Amazônia (Práxis) em parceria com George Love. Cria a Comissão para a Criação do Parque Yanomami (CCPY) com Carlo Zacquini e Bruce Albert.
1980
Dá início a um programa de saúde na terra yanomami, juntamente com os médicos Rubens Beluzzo Brando e Francisco Pascalicchio.
1983
Viaja por toda a terra yanomami e produz a maior parte dos retratos de identificação para as fichas médicas do programa de saúde. São esses retratos que irão compor a série Marcados.
1984
Movimento Diretas Já.
1988
Promulgação da Constituição de 1988.
1989
Exibição do audiovisual Genocídio do Yanomami: morte do Brasil, no MASP.
1991
Andujar e Kopenawa viajam aos Estados Unidos e se encontram com o secretário-geral da ONU, funcionários do governo americano, da OEA, do Banco Mundial e congressistas.
Cruzamentos
1992
O Brasil é sede da ECO-92. Homologação do território yanomami por Fernando Collor após forte pressão da Comissão Pró-Yanomami, da ONU e de outros órgãos e governos internacionais.
1993
Massacre de Haximu, em que garimpeiros ilegais assassinaram 16 Yanomami.
2004
É fundada a Hutukara Associação Yanomami. Claudia Andujar passa a ser representada pela Galeria Vermelho e inaugura A Vulnerabilidade do Ser, na Bienal de São Paulo.
Cruzamentos
2009
Lança o livro Marcados pela editora Cosac Naify.
2015
Inauguração da exposição No Lugar do Outro no Instituto Moreira Salles de São Paulo e da Galeria Claudia Andujar no Inhotim.
Cruzamentos
2016
Golpe contra a presidente eleita Dilma Rousseff.
2018
Eleição de Jair Bolsonaro. Ameaça à demarcação de territórios indígenas. Aumento crescente das áreas de garimpo ilegal, desmatamento e queimadas em áreas de preservação ambiental e em territórios indígenas.
2018
Inauguração da exposição A Luta Yanomami no IMS Paulista.
2019
Inauguração da exposição A Luta Yanomami no IMS Rio.
2020
Início da pandemia de covid-19.
2020
Inauguração da exposição A Luta Yanomami na Fundação Cartier, em Paris. Lançamento do filme Gyuri, de Mariana Lacerda.
2021
Raoni Metuktire e Almir Suruí abrem uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional de Haia, citando crimes ambientais, em um contexto de crimes contra a humanidade. Estreia do filme A última floresta dirigido por Luiz Bolognesi e com roteiro escrito por Davi Kopenawa e Bolognesi.
Referências bibliográficas
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Claudia Andujar