Depoimento de Michel Ribeiro Villas Boas (co-criador do LabEEL)

Iniciar, criar, dar vida a um laboratório tão peculiar, ainda mais em se tratando e uma iniciativa nunca antes explorada por parte dos discentes ou mesmo por parte dos mais experientes docentes de uma faculdade não é tarefa fácil.

Basear-se em outros laboratórios de práticas Maker não significa exatamente tomar parte do trabalho pronto, nem mesmo reduzir os esforços iniciais. Pelo contrário, significa, dada a árdua tarefa de inovar o que já é novo, muito trabalho, planejamento e dedicação. Assim, vistos os inúmeros passos para a implementação deste espaço Maker, o LabEEL, um sonho em construção na cabeça de sua visionária criadora, tomou forma e saiu do papel. Tive a oportunidade de trabalhar, arrastando mesas e cadeiras, pintando quadros e isolando fios de eletricidade, desde o início de sua criação. Participei das primeiras conversas em mesas de café, onde a ideia foi informalmente exposta. Conversei com profissionais da EEL, tão empenhados em ajudar, que deram boas dicas e cederam tempo e serviço para o aparecimento do espaço. Viajei como carona até a cidade universitária, somente empenhado em conseguir recursos, mesmo que básicos, como computadores doados e projetores duvidosamente consertados ao nosso interesse. Vi de perto iniciativas que, nem de perto sonharam tão alto. Vi pessoas, que em anos não competiram com nossa vontade de colocar para funcionar o primeiro espaço dedicado à criação dos alunos da interiorana Escola de Engenharia de Lorena.

Tudo isto, claro, impulsionado e orientado pela professora Dra. Katia C. G. Candioto, a idealizadora deste que veio a se tornar meu mais corrido e produtivo tempo dentro da USP.

Já em vias de acabamento para o atendimento das demandas de alunos que por ventura se interessassem em usar os espaço, vi a escolha do nome do local, instalação dos últimos preparativos para tornar a sala mais confortável e a compra em andamento de equipamentos que aumentariam a gama de opções dos alunos da escola.

Infelizmente, dada minha descontinuidade do curso na EEL, não vi sua inauguração. Mas o fato é que, mesmo não vendo pronto, gravo os momentos de sua construção, preparação e idealização. O LabEEL foi minha última grande tarefa na cidade de Lorena, mas sem dúvidas a primeira coisa que me lembro quando trago à memória meus trabalhos na Universidade de São Paulo.            

Autor: Michel Ribeiro Villas Boas