Atividades Acadêmicas

Grupos de Estudos:
Psico-Oncologia
Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Promoção de Saúde
Pesquisas Realizadas

Psico-oncologia

A partir dos progressos da medicina, como o surgimento das técnicas de remoção cirúrgica dos tumores ou a descoberta da radioterapia e quimioterapia como efetivas no combate ao câncer, percebeu-se que o aparecimento do câncer e submissão aos tratamentos são acompanhados de sofrimentos tanto para o paciente quanto para a família que o modelo biomédico já não é capaz de abarcar, apesar dos imensos progressos na área médica e farmacológica.
Cresceu então o número de médicos preocupados com os aspectos psicológicos dos pacientes e que solicitavam o auxílio da psiquiatria para o momento da informação do diagnóstico ou para que colaborassem na informação sobre os tratamentos assustadores.
O número cada vez maior de sobreviventes ao câncer também faz repensar a função do médico como único responsável pela saúde e cuidado ao paciente, uma vez que apesar de ter encerrado o tratamento, continuam as seqüelas não só físicas como psicológicas.
Surge então a Psico-Oncologia como área sistematizada do conhecimento que estudará estes aspectos. Para Bayès (1985) o desenvolvimento da Psico-Oncologia ou Psicologia Oncológica, como ele prefere chamar, tem vários fatos associados tais como:

• O reconhecimento de que a etiologia e o desenvolvimento do câncer estão associados a fatores psicológicos, comportamentais e sociais;
• Ao fato da adesão ao tratamento, reconhecida como de extrema importância pela comunidade da área da saúde, estar associada a fatores de natureza social e psicológica, implicando na necessidade de desenvolver estratégias eficientes que possam assegurar a participação efetiva de pacientes oncológicos nas diferentes fases do tratamento;
• O reconhecimento da importância de complementar a utilização da tecnologia medicamentosa com a comportamental na área de saúde;
• Ao fato dos avanços na área médica e tecnológica permitirem um aumento no número de sobreviventes e do tempo de sobrevida após o aparecimento do câncer, permitindo que profissionais de saúde passassem a ter como alvo a qualidade de vida de seus pacientes.

Schavélzon (1961) define a Psico-Oncologia como sendo o “ramo da Medicina que se ocupa da assistência ao paciente com câncer, do seu contexto familiar e social e dos aspectos médico-administrativos presentes no contexto desse paciente”.
Já para Jimmy Holland, fundadora do IPOS (International Psychoncology Society – Sociedade Internacional de Psico-Oncologia) esta área é “uma subespecialidade da Oncologia que procura estudar duas dimensões psicológicas presentes no diagnóstico do câncer:

• O impacto do câncer no funcionamento emocional do paciente, sua família e dos profissionais envolvidos em seu tratamento;
• O papel das variáveis psicológicas e comportamentais na incidência de sobrevivência do câncer.

A Psico-Oncologia, dentro de um princípio holístico de saúde, necessita de uma equipe multidisciplinar – médicos, enfermeiras, auxiliares, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas, etc – que no Brasil decidiram fundar a Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO), em 1994, estando ligada à Sociedade Internacional (IPOS).
Esta é uma área em formação no Brasil, que pretende ainda conquistar espaço para o desenvolvimento de cada vez mais trabalhos sérios de profissionais de saúde comprometidos com aquilo que deve ser a sua matéria-prima: o ser humano em todas as suas dimensões.

Núcleo de estudos interdiciplinares em promoção de saúde

O Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Promoção de Saúde é um espaço para estudos, pesquisa, discussões, reflexões e propostas teórico-metodológicas para as diversas áreas de conhecimento que compõe o cenário profissional e universitário. Os encontros acontecem quinzenalmente às segundas-feiras de 8h30 às 10h, tendo como processos o ensinar e o aprender, considerando que um fenômeno observado em qualquer sociedade, e nos grupos constitutivos destas, é responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade em determinada época.
Assim os estudos sobre promoção de saúde envolvem duas dimensões distintas: a conceitual que são os princípios, premissas e conceitos que sustentam o discurso da promoção de saúde e a metodológica que se refere às práticas, planos de ação, estratégias, formas de intervenção e instrumental metodológico. Logo considerar a promoção da saúde num contexto amplo, como resultado de determinantes sociais significa assumir que as mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais que ocorreram no mundo desde o século XIX e que se intensificaram no século XX, produziram alterações significativas para a vida em sociedade hoje.
A saúde, sendo uma esfera da vida de homens e mulheres em toda sua diversidade e singularidade não está fora desse processo de transformação sócio cultural. Nas últimas décadas, tornou-se cada vez mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao adoecer e as chances de que ele seja produtor de incapacidade, de sofrimento crônico e de morte prematura de indivíduos e população, evidenciando que a saúde parece ser um resultado dos modos de organização da produção, do trabalho e da sociedade em determinado contexto histórico e o aparato biomédico não consegue modificar os condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo, operando um modelo de atenção.