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Fotos aereas . Local: Praça do Relogio, Poli e Monumento a Ramos de Oliveira (cavalo). Foto Cecília Bastos/USP Imagem

 

Quem vai criar metaversos na USP?

Gilson Schwartz (*)

A criação de metaversos na Universidade de São Paulo já começou! Professores, pesquisadores, estudantes e equipes técnicas em várias unidades já discutem projetos e um modelo de governança, transparência, sustentabilidade e inclusão que venha a confirmar também na web 3.0 os valores da educação pública, da cidadania e da produção de conhecimento, inovação e solução de problemas.

O ponto de partida foi a doação, por meio de um acordo de cooperação internacional, de uma NFT. O pioneiro é o professor Marcos A. Simplicio Jr., da Escola Politécnica, um dos nossos mais respeitados especialistas em segurança da informação. A primeira doação (outras poderão ocorrer, em breve) tem como base uma iniciativa em colaboração com pesquisadores de um convênio firmado com a “University Blockchain Research Initiative” (UBRI – https://sites.usp.br/ubri/), patrocinado pela empresa Ripple (https://ripple.com/). O exemplo já sinaliza uma nova forma de aproximação entre a universidade pública, o mercado e a sociedade com objetivos de pesquisa voltados a aplicações e aspectos técnicos, econômicos e legais do metaverso.

Como se trata de uma das maiores e mais respeitadas instituições de ensino e pesquisa, tanto nacional quanto internacionalmente, as “terras virtuais” uspianas apontam para um horizonte de inovações não apenas no ensino, mas em todas as áreas estratégicas da universidade como pesquisa, cultura e extensão, internacionalização e transferência de conhecimento para empresas e organizações sociais.

 

De outro lado, a presença da USP no metaverso representa uma garantia de que os projetos atenderão a três compromissos essenciais:

 

  1. alinhamento à fronteira da produção de conhecimento científico e tecnológico,

 

  1. pesquisa, avaliação e proposições avançadas no campo da governança com transparência, da sustentabilidade anbiental e da inclusão social com abertura para a inovação (num contexto de cobrança crescente de parâmetros ESG nas empresas), requisitos que nem sempre são observados por iniciativas mais estritamente especulativas ou que buscam lucros extraordinários num ambiente de regulamentação ainda baixa e imperfeita) e, por fim mas não por menos,

 

  1. constituição de projetos interdisciplinares de longo prazo que contribuirão para avanços do conhecimento em áreas verdadeiramente conectadas ao mundo real como engenharia, medicina e saúde pública, economia circular, fintech e criptomoedas, reforma do Estado e promoção de “start-ups” voltadas à resolução de problemas, assim como ampliação do impacto da USP no mundo das artes e do entretenimento de alta qualidade.

 

Embora esses compromissos possam e, aliás, devam integrar os “modelos de negócios” de todos os agentes que investem no metaverso, a participação de universidades como a USP representa um elemento essencial para que a inovação seja muito mais que uma “bolha” ou refúgio especulativo num momento de grave crise mundial.

 

(*) Professor Livre-Docente do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. É o Coordenador da força-tarefa que atualmente trabalha no fomento ao desenvolvimento de projetos no Metaverso da USP.

 

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