A microbiologia e a conservação de acervos em papel

A microbiologia e a conservação de acervos em papel

O estudo da microbiologia tem sua aplicação na conservação de acervos em papel. Este texto aborda a diversidade de agentes biológicos degradadores,  especialmente fungos, presentes em materiais de bibliotecas e arquivos. 

Contextualização da biodeterioração de acervos bibliográficos

A biodeterioração de acervos bibliográficos é um desafio significativo para a manutenção e preservação de livros e documentos. Esse processo se refere à deterioração de materiais, causada por agentes biológicos, como insetos, roedores, fungos e bactérias.

A relevância da biodeterioração na conservação de acervos em papel não pode ser subestimada. Sua identificação e controle são vitais para evitar danos irreparáveis, tornando os estudos microbiológicos um elemento crucial na prevenção, controle e tratamento.

Historicamente, pesquisas focadas em biodeterioração de documentos têm demonstrado sua importância. Nesse contexto, a análise microbiológica (identificação e quantificação) se torna uma ferramentana luta contra a biodeterioração, contribuindo significativamente para a preservação do patrimônio cultural e histórico.

Como é realizada a identificação e caracterização dos fungos presentes nos acervos?

Na comparação com a diversidade de espécies de fungos, as amostras coletadas de livros  são cultivadas em laboratório e analisadas cuidadosamente. 

Através de técnicas de identificação microscópica, é possível determinar a presença de múltiplos tipos de unidades formadoras de colônia de fungos. Além disso, as características morfológicas destes microrganismos são identificadas e analisadas para entender melhor sua estrutura e potencial de degradação.

Esse tipo de análise revela uma variedade de espécies coabitando o mesmo ambiente, mostrando que livros e  outros suportes podem ser contaminados por múltiplos tipos de fungos simultaneamente, aumentando a necessidade de emprego dos métodos  de controle e correção ambiental. 

De acordo com essa reflexão, é perceptível a importância de identificar e monitorar os fungos presentes em acervos bibliográficos, para que sejam implementadas medidas preventivas e de controle eficazes.

Entre as possíveis ações que podem ser adotadas em acervos, destacam-se:

  1. O estabelecimento de rotinas rigorosas de vistoria, monitoramento ambiental e limpeza da biblioteca e reserva técnica.
  2. A implementação de um sistema de controle climático adequado  (temperatura, umidade relativa e ventilação principalmente) para minimizar  as condições propícias à propagação dos fungos.
  3. O uso de materiais e práticas de conservação que sejam eficazes contra os fungos identificados.

Descubra o PMCA

O Projeto Manuel Correia de Andrade é formado por um conjunto de ações de preservação e extroversão do acervo homônimo, doado ao Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo pela família do acadêmico pernambucano Manuel Correia de Andrade.

Considerado um dos maiores acadêmicos brasileiros do século XX, Manuel Correia de Andrade (1922 – 2007) teve uma trajetória intelectual e profissional referência nas esferas universitária e institucional, bem como em uma vasta produção bibliográfica.

Suas pesquisas se refletem também na sua biblioteca pessoal — iniciada por seu pai e avô—, reunindo uma vasta variedade de volumes e periódicos.

Acompanhe o Projeto Manuel Correia de Andrade também nas redes sociais: Instagram | Facebook