Escola Politécnica da USP cria sistema inteligente de enlonamento

Perto do pico de transporte de mais uma safra, instituições e empresas buscam implantar novidades para que o produtor reduza perdas e o transportador tempo, informa a rádio Gaúcha.

Engenheiros da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um produto para evitar a perda de grãos no transporte rodoviário. Dados do IBGE apontam que cerca de 10 milhões de toneladas de grãos são perdidas no transporte rodoviário, o que gera um custo anual de R$ 2,7 bilhões. A partir daí surgiu o trabalho Solução para perda de grãos no transporte rodoviário: sistema de enlonamento automatizado.

O produto possui um design simples e robusto e realiza de maneira automatizada todo o enlonamento e a vedação superior da carreta em uma única ação. O engenheiro Stergios Tsiloufas explica os benefícios em termos de tempo para o transportador.

“É uma operação que demanda muito tempo como ela é feita hoje em dia. A maior parte do enlonamento é feita manualmente, e isso demanda tempo. Nosso projeto tem esse ganho logístico, porque a gente projeta ele para ter cerca de 5 minutos esta operação de enlonamento ou desenlonamento completo da categoria”, salienta.

Segundo os autores do estudo, além dos benefícios econômicos, essa nova solução gerará enormes benefícios ambientais. Entre eles, está a questão fitossanitária, já que grãos deixados nas beiras de estradas podem germinar, dando origem a plantas sujeitas a várias doenças, como, por exemplo, a ferrugem asiática da soja.

É o que destaca o engenheiro Cezar Freire, que também é autor do projeto. “Se você distribui esses grãos ao longo da estrada você começa a distribuir estas pragas ao longo de todo o território. Além disso, os grãos que caem no solo atraem animais para a pista, o que acaba sendo perigoso. Os animais podem tentar consumir o grão que cai na estrada e causar um acidente. O ganho ambiental se dá neste aspecto”, ressalta.

Os autores já registraram a invenção no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e agora estão em busca de parceiros para levar o projeto adiante. Uma empresa de transporte hidroviário já se interessou pelo projeto e os autores afirmam que ele pode ser adaptado.

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