Valerio Césio
Com tradição secular, o carnaval carioca é a festividade mais emblemática do povo brasileiro, fenômeno analisável a partir de disciplinas bem diversas, que vão da sociologia à estética. É tanto uma festa popular de massa como um espetáculo.
Cada escola de samba (equipe participante) desenvolve uma megaprodução temática no formato de um desfile. A formação tem um padrão predeterminado que é apreciado por jurados encarregados de atribuir notas ao desempenho de cada um dos blocos e a itens gerais como harmonia e enredo. Um dos blocos que integra a escola de samba, junto ao das baianas e ao da bateria, é a comissão de frente, geralmente com coreografia e execução a cargo de profissionais da dança. As escolas campeãs desfilam no primeiro sábado depois do carnaval, com espetaculares e longuíssimas performances no Sambódromo, culminando na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro.
As escolas de samba se dividem em categorias: entre as mais importantes encontram-se Estação Primeira de Mangueira, Portela, Acadêmicos do Salgueiro, Beija-flor de Nilópolis, Mocidade Independente de Padre Miguel, Império Serrano, Unidos da Tijuca, Imperatriz Leopoldinense, Caprichosos de Pilares, Unidos de Vila Isabel, Acadêmicos da Rocinha, Unidos do Viradouro, Unidos do Porto da Pedra e Acadêmicos da Grande Rio.
Cada escola de samba é um coletivo complexo, com inúmeras divisões que permitem a produção, em grandes proporções, do desfile que acontece anualmente. O processo de produção de cada escola excede doze meses. Elas formam grandes corpos estáveis, de funcionamento contínuo e com inúmeras atividades paralelas, que vão do pedagógico ao social.
Nenhuma descrição formal pode aproximar-se ao particular estado de euforia festiva que o carnaval do Rio de Janeiro gera, tanto em sua comunidade como no imenso fluxo de visitantes que recebe, o que faz desse evento o espetáculo popular mais concorrido do planeta.