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Frente Ampla, ex-coligação e partido político do Uruguai

Por Equipe Latinoamericana

A coalizão política chamada Frente Ampla, para a qual convergiram dissidentes dos colorados blancos, foi formada pelos partidos Socialista e Comunista e por outras agremiações de esquerda do Uruguai. Ela disputou sua primeira eleição antes do golpe militar de 1973, no final do período regido pela Constituição de 1919, em 1971. Na ocasião, era liderada pelo general Líber Seregni. Com o golpe militar, seus líderes tiveram os direitos políticos cassados e muitos foram encarcerados, inclusive Seregni. No processo de investigação dos crimes militares, a Frente opôs-se à anistia aos militares golpistas proposta pelo ex-presidente Julio María Sanguinetti.

Depois da ditadura, a FA foi registrada como partido político. Nas eleições de 1989, conquistou a prefeitura de Montevidéu, onde conseguiria sucessivas reeleições, e concorreu nas eleições presidenciais. Sua influência nos movimentos sociais consolidou-se em 1992, ao rechaçar as políticas de privatização de empresas públicas. Em 1994, formou uma coligação com o grupo Encontro Progressista (EP), para disputar a presidência.

Em 2004, a coligação com o EP foi ampliada para a Nova Maioria (NM), que elegeu o candidato Tabaré Vázquez para a presidência, com 50,7% dos votos, rompendo com o que o grupo de sociólogos formado por Gerardo Caetano, José Rilla e Romeo Pérez chama de “bipartidocracia” – a alternância de um século e meio dos partidos tradicionais no poder. Após as eleições, o EP decidiu ingressar na Frente Ampla. Assim, formou-se a grande aliança de grupos de esquerda – composta também do movimento Tupamaro, e dos partidos Comunista, Socialista, Operário Revolucionário e Democrata-Cristão – que passou a dar apoio ao terceiro regime considerado de esquerda do Mercosul.