Curso de Curta Duração 14: Atravessando as fronteiras: a formação do anarquismo latino-americano em uma perspectiva transnacional (1890-1910)

Ministrantes:

Profº Drº Clayton Peron Franco de Godoy – Doutor em Sociologia pela USP

Profº Msº Eduardo Augusto Souza CunhaMestre em História Econômica pela USP

Ementa:

O curso tem como objetivo pensar a história do anarquismo latino-americano e suas conexões transnacionais. Partindo dos novos aportes teóricos e metodológicos trazidos ao campo das Ciências Humanas, principalmente pela Sociologia Política e pela História Global do Trabalho, o curso tem como pretensão analisar o anarquismo como um movimento social cujo principal elemento do seu reportório era a constituição de uma rede transnacional de militância. Dessa forma, tal visão se contrapõe à historiografia tradicional do anarquismo, que o enxerga como um fenômeno estritamente nacional. Com o intuito de superar essa interpretação e trazer novos olhares para o tema, busca-se interpretar as interações, os contatos, a troca de materiais, a circulação de ideias, recursos e militantes ácratas entre as fronteiras nacionais. Nesse curso será abordado dois estudos de caso dentro de um mesmo período histórico: São Paulo e Buenos Aires, entre 1890 e 1910. O transnacionalismo esteve presente na formação do anarquismo nas duas cidades. A escolha dessas localidades não foi ocasional. As trajetórias dos ácratas na Argentina e no Brasil, ao lado do México, representaram as experiências históricas de maior relevância na história do anarquismo latino-americano. O foco das suas ações nos primeiros países citados foi, respectivamente, Buenos Aires e São Paulo. O intuito do curso é demonstrar como o anarquismo, ao ser recepcionado na realidade latino-americana, se transformou e influenciou diretamente a história das organizações operárias na Argentina e no Brasil, tomando como centro as cidades já citadas. Nesse processo, buscaremos elucidar a rede transnacional de militância que conectava as duas cidades com outras localidades latino-americanas. Analisaremos como essa rede e seu fluxo de materiais impressos (jornais, revistas, livros e folhetos), de militantes, de ideias e recursos influenciaram na constituição dos primeiros grupos ácratas na capital paulista e na capital argentina, sem nos esquecermos das especificidades de cada um dos processos históricos. Por fim, destacamos a importância da interdisciplinaridade entre a História e a Sociologia para a construção de uma análise transnacional profícua.

Desenvolvimento e Cronograma:

De 7 a 9 de maio – Das 9h às 10h30

Primeira sessão (07/05/2019) – Repensando o anarquismo na América Latina: os aportes teóricos e metodológicos da história transnacional para uma nova leitura do anarquismo latino-americano.

Segunda sessão (08/05/2019) – Transnacionalismo e redes de integração na constituição do movimento anarquista em São Paulo (1892-1908).

Terceira sessão (09/05/2019) – A formação do anarquismo em Buenos Aires e suas conexões transnacionais (1890-1905).

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