Do latim opěra -ae, a palavra obra aparece já no século XII com o significado de “construção, trabalho, produção” (CUNHA 2001, 555). Uma obra acadêmica é isso tudo: resultado de um processo, implica produção e construção de conhecimento em seu sentido mais positivo. Às vezes, nos remete aos primórdios da palavra (‘torturar’), forma reconstruída do lat. vulgar e oriunda de trĭpālĭum, “ ‘instrumento de tortura composto por três paus” (CUNHA 2001, 779). De fato, a pesquisa não é uma tarefa simples e divulgar seus resultados tampouco é fácil. Mas, assim como as palavras adquirem novos significados – trabalho passou a incorporar a ideia de “luta”, “esforço” -, as obras aqui elencadas também apresentam muitas nuances. Cada uma delas nasceu de esforços de pesquisa, de inquietações, de interesses inequívocos. De um elemento inicial conjunto ou individual, nascidas de elaborações mentais à vista da ciência, essas obras também adquirem novos significados e dimensões. Muitas delas deixam de ser apenas “livros”, “artigos” ou “capítulos”, como produtos finais, e passam a ser relevantes – verdadeiros marcos – na formação de novos pensadores e pesquisadores, revolucionando maneiras de se analisarem os problemas e de resolvê-los, por mais complexos que sejam. Na moda do século XXI, eis os verdadeiros influenciadores.

Referência:

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Lingua Portuguesa. 2ª ed. revista e ampliada (14ª impressão).Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.