Estudos premiados

13 de agosto de 2018

Evento: VIII Jornada de Psicologia Hospitalar e VI Simpósio de Psicologia e Saúde da Inclinare: “Morte e vida reconciliadas: de inimiga à potencializadora do existir”

 

Estudo premiado: Um relato de experiência sobre a atuação do psicólogo no contexto de um ambulatório que assiste à popupação trans

Autores: Vinícius Alexandre; Manoel Antônio dos Santos

Tipo de trabalho: Comunicação oral

Instituição/Evento promotor da premiação: INCLINARE

Local: Instituto de Psicologia Avançada (IPA-RP)

Período/duração: 25 a 26 de outubro de 2019

Prêmio: 1º lugar – comunicação oral

Financiamento: CAPES – 134357/2018-3

Evento: III Simpósio de Câncer de Mama e VII Jornada de Câncer de Mama da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP

 

Estudo premiado: Repercussões psicológicas e significados atribuídos ao câncer de mama por filhas de mulheres acometidas

Autores: Mariana Gil e Manoel Antônio dos Santos

Resumo: O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais prevalente no mundo e consiste em uma das maiores causas de morte em mulheres. Por sua alta incidência e também por apresentar elevadas taxas de sobrevivência na atualidade, o câncer de mama apresenta intensas repercussões físicas e psicológicas. A doença tem também intenso impacto na dinâmica e na rotina familiar, especialmente no que concerne às filhas das mulheres acometidas. Considerando que a neoplasia mamária parece ter claramente um componente genético e que as filhas têm uma predisposição aumentada para desenvolvê-la, espera-se que as filhas possam vivenciar uma preocupação em relação à possibilidade de também contraírem a doença. Este estudo teve por objetivo identificar os significados atribuídos ao câncer de mama e investigar as repercussões psicológicas da doença nas filhas das mulheres acometidas. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo-exploratório, de corte transversal. Participaram do estudo 11 filhas de mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Para a coleta de dados foram utilizados um roteiro de entrevista semiestruturada, um formulário de dados sociodemográficos e diário de campo. As entrevistas foram realizadas individualmente, e foram audiogravadas mediante anuência das participantes. O conteúdo audiogravado foi transcrito literalmente e na íntegra, e os dados foram submetidos à análise de conteúdo na modalidade temática. Os resultados foram discutidos com base nos achados dos estudos científicos, extraídos a partir de revisão integrativa da literatura. Os resultados obtidos sugerem que o impacto psicológico do câncer de mama na vida das filhas das mulheres acometidas é substancial e que, na maioria das vezes, as participantes significaram a doença materna de forma negativa, refletindo as repercussões adversas que a enfermidade e o longo tratamento a que as mães foram submetidas acarretaram sobre suas trajetórias de desenvolvimento.

Financiamento: FAPESP (Processo nº 2016/14831-0).

Modalidade do prêmio: 3º lugar

Data: 24 de maior de 2019

Evento: III Simpósio de Câncer de Mama e VII Jornada de Câncer de Mama da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP

 

Estudo Premiado: O fantasma da infertilidade suscitado pela menopausa induzida pelo tratamento do câncer de mama
Autores: Daniela Vitti R. da Silva e Manoel Antônio dos Santos

Resumo: Sabe-se que a menopausa induzida pelo tratamento do câncer de mama representa um importante estressor para as mulheres na pré-menopausa. Subsequente infertilidade e prejuízos na sexualidade têm sido associados a pior qualidade de vida e sintomas de ansiedade. Apesar dos impactos negativos, existem poucos estudos com mulheres na pré-menopausa e o cuidado oferecido não contempla as necessidades específicas desse subgrupo. O objetivo deste estudo foi investigar a experiência vivida da menopausa induzida devido ao tratamento do câncer de mama em mulheres na pré-menopausa. Trata-se de um estudo qualitativo de abordagem fenomenológica que utilizou da entrevista aberta com quatro mulheres com menopausa induzida pelo tratamento do câncer de mama. As entrevistas foram audiogravadas e transcritas na íntegra. A análise dos dados foi realizada a partir dos conceitos de percepção, intencionalidade e corporeidade de Merleau-Ponty. As participantes tinham entre 26 e 38 anos e não menstruavam há pelo menos um ano. Duas mulheres tinham um ou mais filhos. No entanto, três das quatro participantes manifestaram o desejo de engravidar no futuro. Para essas três mulheres a Figura identificada na experiência da menopausa induzida foi O relógio biológico e a (in)fertilidade. A fala das três participantes caracterizou-se pela percepção de um futuro incerto relacionado às mudanças corporais que poderiam levar à infertilidade. A percepção de não pertencimento, por não poderem realizar os planos de vida relacionados à maternidade como os seus pares saudáveis, foi identificada na fala de duas participantes. A comunicação com os profissionais de saúde revelou-se insuficiente para sanar dúvidas e, para uma participante, prejudicou a tomada de decisão quanto à preservação da fertilidade. O conhecimento abrangente da experiência da menopausa induzida pode oferecer subsídios ao processo de decisão informado antes do tratamento oncológico, bem como dar suporte continuado às mulheres durante os anos de tratamento com terapias supressoras de estrógeno.Financiamento: CAPES

Modalidade do Prêmio: Menção Honrosa (2º lugar)

Evento: XXI Congresso Brasileiro de Cancerologia e XIV Congresso Brasileiro de Psico-Oncologia

 

Estudo premiado: A interface entre apoio social e religiosidade/espiritualidade em pacientes com câncer em cuidados paliativos.
AutoresAndrea Carolina Benites, Carmen Maria Bueno Neme e Manoel Antônio dos Santos.
Resumo: A vivência do adoecimento por uma doença grave como o câncer e sua impossibilidade de cura, pode exercer impacto na vida do paciente e de sua família. Frente este contexto, a rede de apoio social desempenha um papel central no cuidado ao paciente oncológico e seus familiares, bem como a religiosidade/espiritualidade se destaca como um dos recursos mais utilizados no processo de adoecimento. A religiosidade/espiritualidade pode se mostrar interligada ao apoio social, pois seu exercício pode atenuar o sofrimento vivenciado pelo paciente, podendo trazer benefícios no enfrentamento das vicissitudes da terminalidade. Este estudo teve por objetivo compreender os sentidos atribuídos ao apoio social por pacientes com câncer em cuidados paliativos e sua interface com a religiosidade/espiritualidade. Trata-se de um estudo prospectivo e exploratório, de abordagem qualitativa, cujo delineamento se apoia no referencial teórico-metodológico da Fenomenologia, no qual a coleta e análise dos dados foram baseados. Foram entrevistados 10 adultos com diagnóstico de câncer avançado, internados em uma Unidade de Cuidados Paliativos de um hospital oncológico do interior do estado de São Paulo. A análise fenomenológica permitiu desvelar dois eixos temáticos: “Os sentidos do cuidado: a convergência do apoio recebido da família e da equipe de saúde”, e “Prática religiosa como fonte de apoio social percebido na situação de terminalidade”. Os participantes atribuíram aos cuidados prestados pelos familiares e profissionais de saúde um sentido de principal fonte de apoio social, que oferece conforto para suas necessidades psicossociais e auxilia na superação do sofrimento vivenciado. O cuidado fornecido pelos profissionais da equipe de saúde associado a sua dimensão espiritual foram significados como fontes adicionais de apoio, contribuindo para fortalecer a aliança terapêutica. A leitura dos textos sagrados e o exercício da oração se evidenciaram como práticas religiosas que favoreceram o apoio social e emocional por meio do compartilhamento de sentimentos também com os pares da comunidade religiosa. Desse modo, a família, a equipe de saúde e a religiosidade/espiritualidade desvelaram-se como recursos de apoio material, emocional e espiritual, potencializando a esperança e o senso de controle pessoal diante do agravamento da doença.
Financiamento: FAPESP (Processo nº: 2012/13092-8 e 2017/26542-5); CAPES.
Modalidade do prêmio: Prêmio Maria Margarida M. J. de Carvalho (2º lugar)

Evento: VII Jornada de Psicologia Hospitalar do Hospital São Francisco

 

Estudo premiado: Significados atribuídos por mulheres homossexuais e suas parceiras ao adoecimento por câncer de mama e ao tratamento oncológico
Autores: Carolina de Souza e Manoel Antônio dos Santos
Resumo: O câncer da mama corresponde a 22% dos novos casos a cada ano, é o segundo tipo de câncer mais recorrente no mundo e o que mais acomete as mulheres. Se for diagnosticado em estágio precoce e devidamente tratado, o prognóstico é relativamente bom. Como as taxas de incidência e sobrevivência das neoplasias mamárias são altas na atualidade, muitas mulheres irão conviver com as sequelas do seu tratamento por um período relativamente prolongado. Isso torna cada vez mais oportuno que se invista em estudos que levem ao desenvolvimento de intervenções que possam contribuir para melhorar a saúde psicológica e física dessas mulheres, com ênfase na qualidade de vida. A literatura dedicada à qualidade de vida que focaliza os aspectos relacionadas à sexualidade da mulher acometida parte do pressuposto de que ela tem uma orientação heterossexual, consoante ao pressuposto naturalizado da heteronormatividade. Pouco se sabe sobre as vivências da mulher homossexual acometida pelo câncer de mama.  Mulheres homossexuais são mais propensas do que as heterossexuais a sofrer de depressão, ansiedade e transtornos por uso de substância psicoativa. Experiências de discriminação, abuso e vitimização têm sido consistentemente identificadas como fatores de risco para transtornos mentais nesse grupo sexualmente minoritário da população. Considerando esses pressupostos, este estudo tem por objetivo compreender os sentidos atribuídos por mulheres homossexuais com câncer de mama ao adoecimento e suas vivências do tratamento oncológico. Trata-se de um estudo qualitativo, transversal, descritivo-exploratório e que terá como referencial teórico os estudos de gênero. Participaram sete mulheres, sendo que quatro receberam diagnóstico de câncer de mama e realizaram tratamento oncológico e três eram as parceiras íntimas. Para a construção do corpus de análise foram realizadas, até o momento, sete entrevistas narrativas episódicas, com questões que buscaram circunscrever os sentidos que as mulheres homossexuais, e suas parceiras, atribuem à doença e ao tratamento. As entrevistas foram realizadas individualmente, em situação face a face, com duração entre 77 minutos a 331 minutos, e audiogravadas mediante autorização das participantes. Após a coleta de dados, o conteúdo audiogravado de cinco entrevistas foi transcrito literalmente e na íntegra. Posteriormente, os dados foram analisados e discutidos na perspectiva da análise de conteúdo temática indutiva. Por meio desse procedimento foram investigados aspectos relacionados à trajetória afetivo-sexual das participantes, significados atribuídos aos seus relacionamentos passados e atuais, ao modo como são/foram recebidas pelos serviços de saúde, suas concepções sobre o fato de a equipe de saúde estar ou não capacitada para lidar com a diversidade sexual, os benefícios e barreiras encontrados no encontro com os serviços de saúde, bem como facilidades e dificuldades para seguir adiante com o tratamento, e sugestões para aprimorar o serviço de saúde de modo a melhor atender as necessidades das usuárias e planos/perspectivas futuras. Espera-se que o conhecimento produzido possa contribuir para a implementação de estratégias de promoção e prevenção de saúde junto aos serviços de reabilitação psicossocial voltados à mulher submetida à mastectomia, possibilitando o desenvolvimento de políticas sociais e públicas implementadas pelo Estado que sejam sensíveis à diversidade sexual e de gênero.
Financiamento: FAPESP
Modalidade do prêmio: Menção honrosa (1º lugar)

Estudo premiado: Pensando a atuação do psicólogo no contexto de ambulatórios que atendem à população transexual: uma revisão narrativa
Autores: Vinícius Alexandre e Manoel Antônio dos Santos
Resumo: As transformações sociais nas últimas décadas, com direcionamento para a urgência do debate acerca dos direitos das minorias às condições de vida, educação e saúde, evidenciaram a carência por atenção de um dos segmentos de gênero mais invisibilizados em nossa cultura: os transexuais. Uma das consequências dessas transformações se fez perceber na regulamentação da oferta da cirurgia de redesignação de gênero, da hormonioterapia e de outros procedimentos subjacentes ao processo transexualizador em todo o mundo. No Brasil, tais procedimentos são oferecidos através do Sistema Único de Saúde (SUS). Dada esta nova realidade, se faz necessário estudar e buscar compreender as especificidades da atuação do psicólogo que atua junto ao paciente que busca e se insere dentro do processo transexualizador. O estudo teve como objetivo apresentar o estado da arte dos estudos que abordam a atuação do psicólogo no enquadramento de serviços ambulatoriais de atendimento à paciente transexuais por meio de uma revisão narrativa. Foram consultadas as bases de dados LILACS, SciELO e MedLine. Foram usados os descritores “sistema de saúde”, “saúde e transexualidade” e “psicologia e serviços ambulatoriais”. Com a finalidade de refinar as buscas, foram associados aos descritores os termos “Transexualidade”, “SUS” e “cirurgia de redesignação sexual”. A consulta resultou em 12 artigos que atendiam aos critérios de inclusão. A análise dos artigos apontou que a atuação do psicólogo dentro do contexto referido deve, antes de mais nada, articular-se e buscar suporte na esfera multidisciplinar característica dos serviços ambulatoriais, buscando com isso, oferecer suporte integral ao paciente nos diversos campos existentes em sua demanda particular. Também é de fundamental importância valorizar a trajetória de vida do paciente transexual, geralmente marcada por situações de violência, desamparo e sentimentos de desajuste e desrealização. O psicólogo deve atentar-se igualmente para o enaltecimento da autonomia do paciente diante de seu tratamento e de sua vida, bem como reforçar suas habilidades de enfrentamento para situações ansiogênicas e/ou estressoras que derivem de sua identidade de gênero e a forma como ela é apreendida em suas relações interpessoais. Não menos importante que isso, é necessário trabalhar a ansiedade do paciente relacionada às transformações almejadas por meio da hormonioterapia, tendo em vista que abusos nas doses hormonais são relativamente comuns entre esse tipo de paciente, dada a sua urgência por transformações corporais. Tais transformações também desprendem a necessidade do psicólogo ser capaz de trabalhar a compreensão que os pacientes possuem sobre o próprio corpo e a forma como ele se pareia ou não com seus gêneros auto identificados. Desta forma, o estudo foi capaz de evidenciar a necessidade de pensar e apreender as especificidades da atuação do psicólogo junto à população transexual, de maneira a garantir um atendimento humanizado e alinhado com as demandas que a mesma apresenta. Os resultados da pesquisa também demonstraram existir uma literatura pouco extensa sobre a temática estudada, o que aponta para a necessidade de um número maior de estudos.
Financiamento: CAPES
Modalidade do prêmio: Menção honrosa (3º lugar)