Pesquisa

12/02/2014

Nossa pesquisa está focada no estudo da proteína príon celular (PrPC) e seus parceiros na biologia de células pluripotentes, neurais e tumorais. As isoformas de PrPC se relacionam tanto a importantes doenças neurodegenerativas quanto a modulação de diferentes mecanismos que governam a plasticidade neural. Junto a seu principal ligante, a co-chaperona stress inducible protein 1 (STI1), PrPC orquestra processos como a neuritogênese, neuroproteção, consolidação da memória, além da autorrenovação e proliferação de células-tronco neurais. Sendo assim, buscamos compreender a função do complexo PrPC-STI1 e potenciais fatores associados na interface entre células pluripotentes e diferentes modelos neurais (células-tronco neurais, neurônios, células da glia), contribuindo para o amplo entendimento da importância desse complexo na biologia de graves tumores cerebrais, como o glioblastoma.

OS PROJETOS ATUAIS ESTÃO DIVIDIDOS EM DUAS GRANDES ÁREAS:


Células-Tronco Pluripotentes

Células-tronco pluripotentes, incluindo células-tronco embrionárias (ESCs) e células-tronco de pluripotência induzida (iPSCs), correspondem a modelos in vitro utilizados para mimetizar o desenvolvimento embrionário inicial de mamíferos. Compreender os mecanismos que regulam a capacidade intrínseca dessas células de autorrenovação e diferenciação em todos os tipos celulares que compõe os organismos é uma forma de estudar o desenvolvimento e os processos de diferenciação e especialização celular, além de ser fundamental para explorar o seu potencial terapêutico. Impulsionados pela descoberta prévia de que a deleção completa de STI1 leva ao fenótipo de degeneração precoce de camundongos, com os mecanismos moleculares que resultam nesse fenótipo ainda desconhecidos, atualmente o nosso grupo busca elucidar a importância dessa proteína e seus principais parceiros no desenvolvimento inicial de mamíferos e na manutenção do stemness de células-tronco, utilizando como modelo ESCs de camundongos expressando diferentes níveis de STI1.




Células-Tronco de Glioblastoma

O glioblastoma (GBM), forma mais agressiva e frequente de tumores malignos
cerebrais em adultos, contém uma subpopulação de células tumorais, denominadas células-
tronco de GBM (CTGs), essenciais para manutenção do tumor, invasão e resistência à
terapia. PrPC está enriquecida em nessa subpopulação, sendo co-expressa com marcadores convencionais de CTGs. A perda-de-função de PrPC em CTGs resulta na inibição da autorrenovação, proliferação e capacidade de formação de tumores. Nossa pesquisa propõe compreender o papel da PrPC e de seus principais parceiros, por exemplo a STI1, como reguladores chave na manutenção de stemness em CTGs, e a partir dos conhecimentos gerados propor o desenvolvimento de novas estratégias para o tratamento do glioblastoma.