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MIL CLIENTES ATENDIDOS!!


Uma retrospectiva do projeto até agora

Na semana passada atingimos o número de mil pessoas que foram encaminhadas para o atendimento psicológico oferecido pelo nosso projeto. Sem dúvida trata-se de algo bastante significativo, além de ser um índice do impacto do nosso trabalho, o acontecimento também nos leva a refletir sobre o percurso do projeto desde seu surgimento até o nosso momento atual.

Com a chegada da COVID-19 no Brasil e com a necessidade de uma paralisação de novos atendimentos oferecidos por diversos núcleos do IP, a ideia de uma iniciativa que pudesse dar suporte psicológico no contexto da pandemia começou a ser elaborada. O Centro Escola do IP e o LEFE  (Laboratório de Estudos em Fenomenologia Existencial), lideraram a formação de um projeto desafiador e raro dentro do IP que pudesse incorporar um trabalho interdepartamental, online e emergencial. Após o lançamento do PAPO, houve um grande interesse de participação, o desejo de ajudar na presente situação e o apoio da diretoria do IP rapidamente trouxe psicólogos(as) formados e recém formados, alunos, funcionários e docentes e, assim, criou-se um desafio de organização não somente das demandas de atendimento, mas também de um movimento de combate aos efeitos psicológicos da pandemia de COVID-19.

Desde então, o projeto, que inicialmente tinha sido pensado como algo mais breve, de curta duração, tem ganhado força e formato. O principal motor do trabalho ainda são os atendimentos destinados à comunidade da USP, mas nosso campo de atuação foi se adaptando ao potencial formado pela junção dos profissionais que ocorreu. Conteúdos informativos, supervisões, aulas, debates, reflexões e atividades relacionadas aos efeitos da COVID-19 foram criadas para auxiliar nos atendimentos. Todos essas iniciativas formaram uma retaguarda de apoio aos nossos(as) psicólogos(as) e, aos poucos, um espaço para compartilhar conhecimentos e dividir experiências foi sendo criado e se expandindo para dentro e para fora do projeto. Com a iniciativa mais instituída, algumas parcerias  começaram a ser estabelecidas, em especial, podemos citar reuniões com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, rodas de conversa com alunos da ECA, a parceria de atendimento aos profissionais do Hospital Mário Gatti de Campinas, a troca de experiências com os projetos “Urbanismo Contra o Corona”, “Psicanálise contra o Corona” e outras iniciativas de colegas ligados a Universidade Federal e Estadual de Goiânia, o suporte na parceria nascente do IP com a Secretaria Estadual de Saúde, etc.

Ainda não sabemos ao certo até quando nosso trabalho irá se estender, frente às constantes mudanças nas previsões do fim do isolamento e um cenário brasileiro e paulista tão fragilizados. Ainda não é possível considerarmos que o período traumático da pandemia já passou, ainda vivemos na pele seus efeitos, para alguns o necessário isolamento, que na USP e em outras universidades se prolongará até o ano que vem, ainda traz cotidianamente a solidão e o contato com as questões mais particulares de cada indivíduo e de cada família. Enquanto não pudermos vislumbrar o fim da pandemia como um acontecimento passado haverá pouco espaço para tranquilidade, mas, estando ainda no olho do furacão, nos organizarmos enquanto psicólogos(as) para promover espaços de significação e elaboração do que tem sido vivido é essencial.