Laboratório: Biologia Celular do Sistema Imune
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E-mail: bruna.alencar@usp.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8239591812587453
A linha de pesquisa do laboratório consiste no estudo molecular das maquinarias celulares envolvidas nas diversas funções das células do sistema imune, tanto em situações de homeostasia quanto em resposta a infecções. Atualmente, o foco principal do laboratório é o papel das proteínas motoras miosinas nas interações de macrófagos, células dendríticas e linfócitos T com o vírus HIV-1.
O laboratório trabalha com linhagens celulares humanas, células humanas primárias, técnicas de RNAi, assim como de virologia, imunologia, bioquímica e microscopia.
O HIV-1 é um vírus que debilita o sistema imune, principalmente devido à infecção das células T CD4+. Contudo, outras células do sistema imune também interagem com o vírus e são importantes no curso da infecção. É o caso dos macrófagos e células dendríticas. Os macrófagos podem ser infectados pelo HIV-1, estão envolvidos na demência associada ao HIV-1, e são considerados reservatórios virais. Já as células dendríticas são capazes de transmitir o vírus HIV-1 para células T CD4+, mesmo sem se infectarem elas mesmas, em um mecanismo chamado trans-infecção. Por essa razão, acredita-se que as células dendríticas sejam importantes para a disseminação do HIV-1.
Sinalização por Siglec1 em células dendríticas após ligação ao HIV
Durante o processo de trans-infecção, as células dendríticas internalizam o HIV usando o receptor Siglec1. Entretanto, pouco se sabe sobre os mecanismos de internalização e de sinalização mediados por esse receptor. Usando proteômica e RNAi, nosso laboratório tenta melhor descrever essas vias.
Papel das miosinas na trans-infecção do HIV-1 por células dendríticas e na replicação do HIV-1 em macrófagos e linfócitos T
As miosinas são proteínas motoras que se deslocam sobre a rede de actina e medeiam algumas de suas funções. Diversas evidências apontam que o HIV-1 se utiliza da rede de actina em várias etapas do seu ciclo. Apesar disso, pouco se sabe sobre as proteínas motoras envolvidas na replicação e na transmissão do HIV-1.
Nossos projetos têm como objetivo estudar o papel das miosinas no ciclo do HIV-1 em macrófagos e linfócitos T CD4+, e na trans-infecção desse vírus por células dendríticas. Utilizando como ferramenta o silenciamento dos genes de miosinas por RNAi em células humanas, procuramos descrever quais miosinas participam desses processos, em quais etapas e qual o papel das mesmas.
Papel das miosinas não-convencionais na ativação das células T CD4+
As miosinas tipo II são as chamadas miosinas convencionais. Já foi mostrado que as miosinas tipo II não-musculares estão envolvidas na formação da sinapse imunológica durante o processo de ativação dos linfócitos T. O papel das miosinas não-convencionais, por outro lado, somente foi explorado em migração celular desses linfócitos. Em nosso laboratório, estamos estudando a possível participação de algumas miosinas não-convencionais na ativação dos linfócitos T, usando modelos de linhagens celulares e RNAi.
Papel das miosinas na ativação do inflamassoma
Já se sabe que o citoesqueleto tem participação importante na ativação do inflamassoma, tanto no caso da via de NLRP3 quanto de pirina. Em colaboração com o grupo da Profa. Alessandra Pontillo, estudaremos a participação de algumas miosinas na ativação desses inflamassomas em linhagens celulares de monócitos.
Secção confocal de macrófago infectado com HIV-1, em co-cultura com linfócito T CD4.
Estão marcados: proteína Gag do HIV-1 (verde), CD3 (linfócito T, vermelho), núcleos celulares (azul).
Projeção de diversas secções confocais de uma célula dendrítica (centro) pulsada com HIV-1, em contato com linfócitos T CD4.
Foram marcadas: a proteína Env do HIV-1 (verde), CD3 (linfócitos T, vermelho), CD81 (linfócitos e célula dendrítica, rosa) e os núcleos celulares (azul).
Imagens de vídeo-microscopia de interações entre macrófagos infectados pelo HIV-1 e linfócitos T CD4 (Jurkats). O HIV-1 utilizado expressa uma proteína viral Gag em fusão com uma proteína fluorescente verde (GFP). À esquerda, imagem de contraste de fase. No centro, imagem de fluorescência. À direita, superposição da imagem de fluorescência (verde) sobre contraste de fase.
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