Balcarce, 1911 – Buenos Aires (Argentina), 1995
Por Pablo Alabarces
Aos dez anos, Juan Manuel Fangio começou a trabalhar em uma pequena oficina mecânica, onde ajudava a levar e trazer ferramentas, e aos treze anos se tornou ajudante de mecânico em uma agência da companhia Studebaker. Entre os quinze e os dezessete anos, já era responsável por entregar os carros aos clientes. Ele iniciou sua carreira nas corridas com um Chevrolet, como copiloto. Em outubro de 1936, preparou um táxi emprestado (um Ford) para estrear como piloto. Seu talento motivou os habitantes de Balcarce a cooperarem na compra de um Chevrolet de seis cilindros, gesto que Fangio jamais esqueceu. Em 1940, conquistou sua primeira grande vitória no Grande Prêmio Internacional do Norte, um percurso de ida e volta de 9.500 quilômetros entre Buenos Aires e Lima, Peru. Foi campeão de Turismo Carretera (a categoria mais popular na Argentina) em 1940 e 1941. No ano seguinte, devido à Segunda Guerra Mundial, as competições foram suspensas, e Fangio temia que, quando retornassem, seus melhores anos já tivessem passado. No entanto, quando desembarcou na Europa em 1949, sua época dourada ainda estava por vir.
Fangio ganhou seu primeiro campeonato mundial aos quarenta anos, em 1951. Depois conquistou outros quatro títulos e estabeleceu um recorde de cinco campeonatos mundiais. Participou de 51 grandes prêmios e venceu 24, outra façanha sem precedentes. Ele alcançou seu auge na que talvez tenha sido a corrida mais emocionante de todos os tempos: o Grande Prêmio da Alemanha em 1957, no circuito de Nürburgring, de 22,8 quilômetros. Fangio, que estava 48 segundos atrás dos líderes Mike Hawthorn e Peter Collins, acelerou ao máximo com sua Maserati na reta final da corrida, quebrando o recorde de volta dez vezes e ultrapassando Hawthorn na penúltima volta. Ganhou a corrida e seu quinto título mundial.
Fangio tinha tanto prestígio internacional que, em 1957, foi sequestrado pelas forças guerrilheiras de Fidel Castro, durante o Grande Prêmio de Cuba, com o objetivo de chamar a atenção para a causa revolucionária. Em julho de 1958, ele se retirou das competições, aos 47 anos. Voltou para a Argentina e assumiu um cargo diretivo na Mercedes-Benz. Faleceu em julho de 1995, aos 84 anos de idade.
Conteúdo atualizado em 06/07/2017 15:20