Trajetórias que Inspiram – Simone Barem

 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Recentemente fizemos dois processos seletivos para bolsistas no projeto, e se eu pudesse dar um conselho, seria: tenha um currículo atraente, que destaque bem suas competências, experiências e interesses.”
(Simone Silva Barem Camargo, oceanógrafa Turma I IOUSP)

Simone Silva Barem Camargo, egressa da primeira turma da Oceanografia da USP. A jornada de Simone como oceanógrafa começou em 2007 no IEAPM, Arraial do Cabo, onde analisou dados para o Sistema de Previsão do Ambiente Acústico, uma oportunidade via networking e seu TCC. De 2008 a 2013, ela foi Oficial Temporária no Centro de Hidrografia  da Marinha, trabalhando com oceanografia operacional (análise/coleta de dados, instrumentação) e ampliando sua atuação  para gerenciamento de projetos, sendo gerente operacional na modernização de equipamentos de navios hidrográficos (parceria Petrobras-Marinha) e no Programa Nacional de Boias (PNBOIA). Essa experiência a impulsionou a retornar à academia e ingressar no  Mestrado em Engenharia Oceânica na COPPE/UFRJ em 2013, expandindo conhecimentos em modelagem, fundeios e sensoriamento remoto.

De 2016 a 2019, em Portugal, Simone participou de um programa de empreendedorismo na economia do mar e poluição por plásticos, e iniciou um doutorado  mas optou por não concluí-lo ao retornar ao Brasil em 2019. O período de 2019 a 2023 foi desafiador, com afastamento da oceanografia. Trabalhou como instrutora na FAETEC/RJ e iniciou Engenharia Meteorológica na UENF em 2022 para ampliar oportunidades.

A rotina de trabalho embarcada envolve a aplicação dos adesivos anti-fouling nos transdutores do ADCP Sailbuoy (foto 1); a montagem de Boia Meteoceanográfica (foto 2) a bordo do NOc Antares; e a realização de testes antes do lançamento do Glider (foto 3).

Sua volta à área ocorreu no início de 2023 com uma bolsa no Projeto Boia Meteoceanográfica Nacional (Marinha/Petrobras). Suas atribuições incluíam gerenciamento, instrumentação meteoceanográfica, pilotagem de veículos autônomos, coleta/análise de dados e controle de qualidade. Essa experiência culminou em sua contratação em 2025 no Projeto Expansão da Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica REMO (Marinha/Petrobras).

Atualmente, 80% de sua rotina no CHM é dedicada a atividades gerenciais (planejamento de gastos, compras, equipamentos, relatórios, reuniões). O restante foca no acompanhamento das equipes técnicas de análise de dados e instrumentação oceanográfica. Simone valoriza sua sólida formação de graduação, mas notou a falta de foco no mercado. A média salarial para pesquisador pleno em seu projeto é de R$10.000,00. Ela percebe melhorias no mercado de Oceanografia Física, com mais empresas e projetos, apesar da concorrência. Seu conselho para o primeiro emprego é ter um currículo atraente, destacando competências e experiências incluindo iniciação científica e extracurriculares, e mostrando proatividade.


texto produzido pela bolsista USP-PUB Ensino (Edital 2024-2025) Irys Martins Rodrigues Ventura (graduanda IOUSP).

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