Trajetórias que Inspiram – Gustavo Marques

 

 

 

 

 

 

 
“Estabelecer networking com pessoas que já atuam na área é, na minha opinião, o principal conselho para aqueles que estão na Oceanografia.“
(Gustavo Mastrorocco Marques, oceanógrafo Turma I IOUSP)

Gustavo Mastrorocco Marques, egresso da primeira turma da Oceanografia da USP. Desde os últimos anos da sua graduação, Gustavo dedicou-se à oceanografia física. Seu Mestrado em Oceanografia Física na Universidade de Massachusetts Dartmouth, onde estudou redemoinhos de maré no Golfo do Maine com observações e modelo numérico, e Doutorado em Meteorologia e Oceanografia Física na Universidade de Miami com tese sobre correntes de gravidade na Antártica usando modelos oceânicos hidrostáticos e não-hidrostáticos em domínios idealizados e regionais, solidificaram sua base. O pós-doutorado em Princeton/GFDL NOAA o transformou em desenvolvedor ativo do modelo MOM6, experiência crucial para seu primeiro cargo como Project Scientist I no NCAR, integrando o MOM6 ao CESM.

Sua rotina é diversificada: reuniões (alunos, projetos), escrita/revisão de artigos/propostas/relatórios, execução/análise de simulações, apresentações e avaliação de códigos. Como co-chair do Ocean Model Working Group, ele lidera o desenvolvimento e aplicação do MOM6 para CESM e NCAR, buscando representar processos oceânicos para entender o tempo/clima. Atualmente, focam na configuração CESM3 “workhorse” para CMIP7 (grade esparsa, parametrizações) e outras configurações (baixa/alta/super-alta resolução, regionais/globais).

Gustavo como oceanógrafo no NCAR, nos EUA, liderando o desenvolvimento e aplicação de modelos oceânicos para estudos de clima e tempo.

A experiência com ferramentas como Fortran, Matlab, bash, GMT, awk adquirida no IOUSP foi essencial. Nos EUA, a média salarial na área é de aproximadamente US$ 120.000/ano, variando por experiência, cargo, localização e instituição (menor em federais, maior em privadas/nacionais). Apesar da redução de vagas nos EUA por cortes governamentais, a demanda global por especialistas em desenvolvimento/aplicação de modelos oceânicos é maior que a oferta, valorizando esses profissionais, ex: Europa.  

Gustavo aconselha o networking como principal forma de inserção profissional, especialmente em congressos, seminários, workshops e outros eventos acadêmicos (como a Ocean Sciences Meeting), que oferecem diversas oportunidades de interação e construção de redes profissionais. Em sua área, a experiência com desenvolvimento, configuração e validação de modelos numéricos é altamente valorizada em processos seletivos, sendo um diferencial raro e requisitado, distinto do mero uso de modelos em trabalhos científicos.


texto produzido pela bolsista USP-PUB Ensino (Edital 2024-2025) Irys Martins Rodrigues Ventura (graduanda IOUSP).

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