Artigo de professor do DF/FFCLRP é publicado na Nature

A estrutura dimérica da enzima CelOCE agindo sobre as fibras de celulose, representadas pelos bastões verdes (figura: Mario Murakami/CNPEM). Reproduzido da Agência FAPESP

 

Artigo do professor Antônio José da Costa Filho (Jabá), do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), é publicado na revista Nature. O trabalho A metagenomic ‘dark matter’ enzyme catalyses oxidative cellulose conversion, recém publicado em uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo, é fruto da parceria entre pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), da Aix-Marseille University (França), da Technical University of Denmark (Dinamarca) e da FFCLRP-USP e trata da descoberta de uma metaloenzima para conversão mais eficiente da celulose.

Em entrevista à Agência FAPESP, Mário Murakami, líder do grupo de pesquisa em biocatálise e biologia sintética do CNPEM e coordenador do estudo, afirma:

“Identificamos uma metaloenzima que melhora a conversão da celulose por meio de um mecanismo até então desconhecido de ligação ao substrato e clivagem oxidativa. Essa descoberta estabelece uma nova fronteira na bioquímica redox para a despolimerização de biomassa vegetal, com implicações amplas em biotecnologia. […] Partimos de amostras de solo coberto com bagaço de cana, mantido por décadas em uma área adjacente a uma biorrefinaria no Estado de São Paulo. Nessas amostras, identificamos uma comunidade microbiana altamente especializada na degradação de biomassa vegetal usando uma abordagem multidisciplinar que incluiu metagenômica, proteômica, enzimologia de carboidratos por métodos cromatográficos, colorimétricos e de espectrometria de massa, difração de raios X baseada em síncrotrons de quarta geração, espectroscopias de fluorescência e absorção, mutagênese dirigida por sítio, engenharia genética de fungos filamentosos por CRISPR/Cas e experimentos em biorreatores de planta-piloto de 65 litros e 300 litros. Fomos da prospecção da biodiversidade à elucidação do mecanismo e chegamos à escala industrialmente relevante em planta-piloto com possibilidade de aplicação imediata no mundo real” (Maiores informações em: Nova enzima capaz de quebrar a celulose deverá revolucionar a produção de biocombustíveis).

Com orgulho parabenizamos o professor Jabá e os demais colaboradores do artigo pela descoberta científica e pela publicação neste que é um dos periódicos mais consagrados do meio científico.