A base de dados arqueológica está disponível para download, e é composta majoritariamente por idades radiocarbônicas, tendo sido sujeitas a calibração através do programa CalPal (Weninger e Jöris 2008), versão 2020.11.
Em algumas partes do Brasil, as idades OSL e TL foram amplamente utilizadas, e tivemos que lidar com esse problema por meio de uma “calibração reversa”, ou seja, inserindo as idades no programa CalPal e executando a calibração até que uma determinada idade radiocarbônica (fictícia), uma vez calibrada, correspondesse tanto quanto possível à idade da luminescência. As idades TL/OSL são marcadas em cinza, com números azuis representando a idade “fictícia” e a idade real aparecendo na coluna “Cal age”.
Também decidimos ser inclusivos em nosso banco de dados, e com isso queremos dizer que estamos disponibilizando todas as idades de radiocarbono ou luminescência que foram consideradas “bona fide” pelos pesquisadores que as publicaram, independentemente do fato de outros pesquisadores considerarem essas idades inconsistentes com suas próprios modelos ou crenças. O mesmo vale para artigos que selecionam idades com base nos desvios padrão. Um grande desvio padrão significa baixa precisão, não necessariamente baixa acurácia. Assumimos que julgamentos sobre a adequação das idades podem ser feitos individualmente pelo leitor, desde que fornecemos as referências completas. Preferimos publicar uma idade com um grande erro associado a ignorá-la. Mais uma vez, como estamos disponibilizando as tabelas como material suplementar, cabe ao leitor desconsiderar idades específicas e fazer sua própria análise.
Quanto à localização geográfica dos sítios/idades, optou-se por fornecer as coordenadas UTM do município mais próximo, em vez de fornecer localizações “exatas”. Esta decisão foi tomada por três razões: primeiro, na escala de análise que estamos apresentando, a localização do município mais próximo é mais do que suficiente para fornecer uma visão adequada da distribuição espacial das idades; em segundo lugar, a maioria dos sitios publicados antes do advento e popularização dos dispositivos GPS portáteis não possui uma localização precisa e, portanto, fornecer uma localização “exata” não faria sentido; terceiro, ao tentar plotar sítios utilizando as bases de dados disponíveis, sejam elas compilações de dados ou primeiras publicações de determinado sítio, é comum observar que as coordenadas geográficas aparentemente “exatas” estavam totalmente erradas, caindo fora de uma determinada região ou mesmo do estado. Isso é algo que assola grandes bases de dados, geralmente compiladas por vários pesquisadores e seus alunos, por isso defendemos que é muito mais fácil detectar erros e dar a localização certa de um determinado local, pelo menos aproximadamente, se for levado em consideração o município. Portanto, nosso banco de dados possui um esquema de localização redundante: estado, município e coordenadas UTM. Se por algum motivo a UTM estiver errada, o leitor ao menos sabe em que estado e município ela está localizada. A única exceção a esse procedimento foi feita na região amazônica (estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Rondônia). Os municípios da região são bastante grandes e optamos por plotar a localização do local quando considerado muito distante da área urbanizada mais próxima.