Qual a maior demanda psicológica da quarentena?
A cada dia que passa o projeto de apoio psicológico online do IPUSP recebe novas inscrições de pessoas da comunidade USP que estão a procura de atendimento psicológico. Como é sabido, cada demanda é encaminhada para o psicólogo que se dispõe a atendê-la de acordo com cada especialidade. No entanto, o preenchimento dos formulários de inscrição, além de facilitar o encaminhamento, tem funcionado como uma fonte de pesquisa sobre as demandas mais frequentes no interior da comunidade USP.
Sabemos, depois das 365 inscrições que a principal queixa inicial é uma demanda mais generalizada sobre ansiedade, medos e inquietações da pandemia (veja os dados abaixo). Será que a partir disso poderíamos inferir que a própria mudança de rotina gera uma indeterminação que desencadeia um conflito psíquico? As outras queixas principais parecem reforçar essa ideia. Problemas mais gerais como “dificuldades nas relações familiares” , “dificuldades em realizar atividades remotas”, “temor do futuro profissional”, também figuram entre as demandas mais recorrentes no nosso cenário. É claro que as respostas do questionário de inscrição são insuficientes para defender uma hipótese de que a pandemia reforça algum tipo de indeterminação nos conflitos particulares de cada paciente, mas considerar essa questão pode ser algo útil para pensarmos a saúde mental nestes tempos de confinamento. Fica aqui a reflexão.