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Família e Violência na Pandemia

Os assuntos da aula da Belinda na semana passada

A violência é um conceito multidimensional que envolve diversos âmbitos, é polissêmica e nem sempre o que se entende como violência corresponde à mesma coisa que o outro entende. Quando se pensa na violência doméstica e de gênero, tais fatores dificultam o reconhecimento, principalmente quando somados à naturalização e à banalização da violência contra a mulher. Isso também causa reprodução deste tipo de agressão pelas instituições, dificultando ainda mais as denúncias. 

A pandemia apresenta dados preocupantes sobre o aumento da violência doméstica, seja ela uma ação física e/ou verbal. Devido ao período de maior convívio, as tensões no núcleo familiar podem se intensificar, seja pelo maior abuso de álcool e drogas, pelas dificuldade econômicas, ou pela exposição da população mais vulnerável. Nesse contexto, a violência surge como forma de comunicação de afetos e injustiças que se reproduzem na família, um universo simbólico, ordenador da vida social, que se apresenta não só como uma somatória de indivíduos com características próprias, mas sim como uma caixa de ressonância das relações sociais.  

O serviço de acolhimento pode ajudar se propondo a abrir uma porta para que as famílias consigam se observar e se pensar um pouco mais. Sendo o plantão um lugar que as pessoas podem se mostrar e se reconhecer, criando novas linguagens. O plantão pode oferecer nesse momento uma escuta acolhedora e empática, deixando o outro a vontade para compartilhar este sofrimento. Porém, não se pode eximir a responsabilidade da sociedade de ter mecanismos que possam acolher estas vítimas de violência. Mostrando-lhes que não estão sozinhas. Nesse sentido, é sempre bom lembrar que existem telefones e aplicativos de denúncia que podem ser acessados a qualquer momento como o aplicativo SOS mulher, do governo de SP (clique aqui para baixar – somente na versão pdf) e o telefone da polícia militar (190).