Excetuando-se as corridas em geral, parece-me que nessa vida muito pouco ou quase nada tem uma linha de chegada.

Mas há esses maratonismos que parecem habitar algum canto muito discreto do nosso pensamento e nos sussurrar que as experiências que nos acontecem têm um ponto final objetivo e previamente determinado, que haverá de nos marcar pela consolidação de um crescimento pessoal nunca antes imaginado e de aprendizados indescritivelmente relevantes. Sussurros mentais que se traduzem excelentemente bem em frases como “espera só eu botar minha vida em  ordem que aí eu vejo isso”.

Mas o grande segredo se esconde com a mesma obviedade de que o ponteiro do relógio não salta de um número para outro ou que uma criança não cresce dez centímetros de uma vez. As maratonas se sucedem uma à outra numa elegante e imperceptível transição.

E pra gente, destinado a viver sempre em primeira pessoa, o que nos resta mesmo é caminhar.

Texto por Mariana R. Stefani

Da perfeição da vida

Por que prender a vida em conceitos e normas?

O belo e o feio… O bom e o mau… Dor e prazer…

Tudo, afinal, são formas

E não degraus do ser!

Mário Quintana

 

Caminhante, são tuas pegadas

o caminho e nada mais;

caminhante, não há caminho,

se faz caminho ao andar

Antonio Machado

 

Vou mostrando como sou

E vou sendo como posso

Novos Baianos