Solidão e Angústia
A aula do Profº zeca
Na última quinta feira, dia 02 de julho, tivemos uma aula com o professor José Moura (ou zeca, como gosta de ser
chamado) sobre solidão e angústia. A partir de um referencial winnicotiano, zeca fala da angústia como o horror à
solidão, como algo que está ligado à exposição e revelação do ser.
A solidão, por sua vez, pode ser vista ou como uma condição objetivamente sem ninguém, a experiência de realidades muito impessoais em que não há criaturas capazes de se apresentar a mim como pessoas (uma impossibilidade da parte do outro); ou também como a condição sentida sem ninguém, subjetiva, na qual há criaturas capazes de se apresentar como alguém mas que não nos dirigiram um gesto de apresentação de si. Para Winnicott, a solidão subjetiva geralmente precede a solidão objetiva – algo a refletirmos quanto ao isolamento social que já dura mais de uma centena de dias.
Na solidão, portanto, existe a falta de um “alguém”. Alguém indefinido, pronome indeterminado, um interlocutor de contato mais do que uma personalidade. A angústia, por sua vez, se apresenta como um afeto indeterminado,
que muitas vezes pode ser atenuada com a possibilidade de troca de gestos – algo que se modifica na experiência de
atendimento on-line, por exemplo. Desta forma, pode-se compreender a solidão como algo ligado à experiência de um mundo desalmado, um mundo que não se apresenta a nós embora possamos fisicamente experienciá-lo. Nesta forma de mundo, se tem contato com o que é acessível, mas muitas vezes o que é de fato essencial se perde.