Programa

15 de fevereiro de 2021

Histórico e contextualização

Criado em 1990, o Hemocentro de Ribeirão Preto é um departamento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), que integra atividades de núcleos de pesquisa instalados no campus, desenvolvendo pesquisas nas áreas de hematologia, hemoterapia, biotecnologia, imunologia, virologia, terapia celular e contribui para a formação de técnicos, especialistas, médicos, mestres e doutores. Sua estreita relação com o Hospital das Clínicas (hospital escola) e a Faculdade de Medicina (centro de formação e pesquisa), imprimiu em sua história a proximidade com a pesquisa, que se estabelece em diversos graus através dos pesquisadores-professores, além das condições físicas de instalações e equipamentos. Caracterizado como centro de assistência, o Hemocentro nas últimas duas décadas, constituiu-se e consolidou-se como área de pesquisa, produção de conhecimento e formação de recursos humanos especializados.

Iniciado em 1º de janeiro de 2012, credenciado na área de Medicina I (código do curso 33002029043F9), o programa de Hemoterapia e Biotecnologia compreende duas áreas de concentração, com estruturas e dinâmicas distintas: a) Hemoterapia e Medicina Transfusional; b) Biotecnologia.

A primeira é decorrente do êxito alcançado pelo Curso de Medicina Transfusional e Hemoterapia Aplicada, oferecidos desde 2004, que inicialmente visou suprir a carência de profissionais de nível superior na área de Hemoterapia. Ainda hoje, mais de 800 serviços transfusionais no país não possuem hemoterapeutas e/ou profissionais especializados em medicina transfusional.

A segunda área de concentração, Biotecnologia, ganha destaque pelo surgimento e fortalecimento de novas empresas na área, que tem demandado profissionais qualificados e com a devida formação. A presença do Parque Tecnológico (SUPERA Parque) no campus da USP de Ribeirão Preto cria outra importante oportunidade, pois confere condições favoráveis para novas empresas, que buscam o desenvolvimento de novas tecnologias em projetos de P&D.

Motivada pela percepção, tanto do grupo de pesquisadores e profissionais especialistas da FMRP, quanto pelo Ministério da Saúde, da carência de profissionais com a devida formação em hemoterapia e biotecnologia no Brasil, foi proposta a criação deste mestrado profissional. Para atender às especificações e objetivos de um programa de pós-graduação stricto sensu, que prevê a produção de conhecimento, a proposta contempla e prioriza a formação em pesquisa com aplicação nas unidades de trabalhos.

Assim, o Programa estruturou-se para oferecer formação profissional sólida por meio de uma grade curricular abrangente e integrada, além de permitir o desenvolvimento de projetos e soluções sob a orientação de profissionais destacados que também possuem forte experiência em pesquisa científica. A combinação de experiência profissional e em pesquisa científica de ponta permite ambiente único para a formação dos alunos.

Desde o início do Programa, o corpo docente contou com um conjunto de profissionais de relevante atuação: quatro docentes permanentes (DP) fazem parte da diretoria da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), que corresponde à sociedade médico-científica nacional na área de hemoterapia. Uma DP compõe a diretoria da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO). Dois DP do Programa editaram o Tratado de Hematologia e outros dois DP editaram o Manual de Medicina Transfusional, os livros-texto de referência nacional mais importantes na área. Os DP do Programa também conduzem o Curso de Medicina Transfusional e Hemoterapia Aplicada, destinado aos profissionais da área de saúde e que é oferecido anualmente desde 2004. Vários dos DP do Programa presidiram o Congresso Anual de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (Hemo) da ABHH nos últimos 10 anos. Um DP foi membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Um DP é presidente do Comitê Internacional da American Society of Hematology (ASH), um DP coordena o consórcio internacional em leucemias agudas, um DP é membro do Comitê Educacional da ASH e membro da Task Force em Imunoterapias da ASH. Um DP é Diretor do Instituto Butantã desde 2017. Ademais, o Hemocentro RP albergou por 9 anos (até 2014) a Incubadora de Bases Tecnológicas (SUPERA). Em conjunto, essas ações demonstram a posição de destaque do corpo docente e sua dedicação e expertise em diversos aspectos da hemoterapia e da biotecnologia. No momento da criação, em 2012, o programa era constituído por 28 docentes permanentes. No quadriênio atual (2017 – atual), o número de docentes permanentes variou de 30 a 37, sendo 32 em 2019.

Em 2021, dos 94 integrantes do corpo discente do programa, 75 estão titulados (67 em Hemoterapia e Medicina Transfusional e 8 em Biotecnologia, correspondendo à 95% de egressos), 19 alunos estão regularmente matriculados.

A modalidade é oferecida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP em parceria com o Centro de Terapia Celular e o Hemocentro de Ribeirão Preto.