Núcleo integra prática à teoria musical e aproxima público

NAP-Cipem, em Ribeirão Preto, promove apresentações musicais ao público, organiza cursos de produção musical e realiza gravações de performances unindo composição, interpretação e teoria.

Por Jullyanna Salles, da Jornalismo Júnior (ECA/USP)

Núcleo de Apoio à Pesquisa da USP, em Ribeirão Preto, promove apresentações musicais ao público, organiza cursos de produção musical e realiza gravações de performances unindo composição, interpretação e teoria. Uma equipe de musicólogos executa não só a transcrição como também a edição de partituras deixadas por compositores em manuscritos. A prioridade são as músicas brasileiras, não só ressaltando a importância de sua preservação, mas agindo para aumentar seu alcance.

Criado em 2012, o NAP em Ciências da Performance em Música (Cipem), sediado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, tem hoje estrutura física ideal para seu funcionamento e crescimento, apesar de ainda contar com um número pequeno de docentes envolvidos. Antes apenas um laboratório, o Núcleo foi modificado para trazer maior dinamicidade ao trabalho realizado, através de uma interface menos rígida entre pesquisa e arte.

Segundo o professor e coordenador Rubens Russomanno, uma das características do Núcleo é de contar com a colaboração de ex-alunos que, por conta do interesse nos projetos, acabam participando de atividades mesmo após a conclusão de seus cursos. No momento, estão envolvidos aproximadamente 30 graduandos bolsistas, além de um número considerável de voluntários, convidados e pós-graduandos.

Destaca-se também o Centro de Memória das Artes, um espaço para armazenamento e manutenção de correspondências, documentos e manuscritos que contêm fontes primárias de repertórios brasileiros desde o período colonial. Entre o acervo, está a Coleção Gilberto Mendes, um apanhado de materiais produzidos pelo compositor, um dos nomes mais importantes no contexto cultural da história do Brasil. Há outros projetos e eventos, como o Serviço de Edição e Difusão de Partituras, por exemplo, que cumpre a missão social de tornar acessível ao público um conteúdo até então restrito; e o Festival Música Nova, cuja proposta se renovou em 2012, quando o SESC-SP passou a sediá-lo, em conjunto com a USP de Ribeirão Preto.

Ainda com a preocupação de divulgar material, o Nap-Cipem lançou a Coleção USP de Música. Até o momento, são seis compilações de material impresso decorrente de pesquisa, e CDs e DVDs com performances musicais, ilustrando e incorporando a teoria à execução. Ainda na linha prática, o núcleo possui vários corpos musicais, como a USP-Filarmônica e o Ensemble Mantemanuque, que elabora música de câmara. As perspectivas para o Núcleo são otimistas e se acredita na ampliação gradual no corpo de participantes e de projetos, contribuindo cada vez mais para a função social atrelada à pesquisa acadêmica.