Ação & Interação – Dias melhores

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Dias melhores

Carol sempre foi uma garota muito sorridente e otimista, que mesmo nas situações mais adversas, conseguia achar motivo para manter a cabeça erguida e o otimismo exalando de dentro para fora.

Ela cresceu sendo filha única no meio de um casamento fadado a desarmonia e consequentemente ao fracasso. Seus pais costumavam ter brigas acaloradas que muitas vezes resultaram em agressões de ambos os lados (sendo que na maioria a mãe quem saia mais machucada). Não bastando tal situação, o pai por vezes sumia por meses sem aviso prévio e voltava como se nada houvesse acontecido. Para coroar a situação pouco favorável, a mãe de Carol não entendia muito bem o que era ser mãe, apesar de amar muito a filha, de forma que a garota teve que aprender a se virar desde antes dos 10 anos.

Aos 12 anos, Carol viu seu pai partir sem olhar para trás, uma torrente de situações ruins serem provocadas pelos pais e familiares, que só findaram três anos depois, mas deixando muitas cicatrizes.

Diante de tudo isso, Carol jamais perdeu a coragem ou o otimismo!

Desde o começo do Ensino Fundamental ela foi uma aluna dedicada. Em Humanas e Biológicas, ela sempre se sobressaia, em Exatas ela sempre se esforçava e consequentemente alcançava resultados satisfatórios, o que em meio a realidade do Ensino Público do Brasil, era algo digno de admiração, ainda mais se somado a vida pessoal da garota.

Após a separação dos pais, Carol mudou-se tantas vezes de casa, que em determinados períodos não passou mais do que seis meses na mesma escola, o que fragmentou muito seu aprendizado e sua estabilidade, mas não impediu que ela continuasse se dedicando a maior parte de seu tempo para seus estudos.

Carol cresceu, seu esforço levou-a a passar na E.T.E.C., onde seus estudos melhoraram consideravelmente, pois além de o ensino ser melhor que o das demais escolas públicas, sua vida ganhou uma estabilidade que não conhecera antes.

Durante os três anos de seu Ensino Médio, ela olhou para trás, olhou para sua história conturbada, e viu o fio condutor que a mantivera no chão que ela não sabia ter tido, percebeu o porquê ainda guardava seus cadernos do Ensino Fundamental.

Anos depois, na faculdade de Pedagogia, Carol sabia que não ganharia o melhor salário do mundo, que não seria reconhecida como os grandes jogadores de futebol ou os artistas da televisão, e isso não a incomodava nem um pouco.

Os holofotes da fama, do dinheiro, do poder, que muitas vezes atraíam outras pessoas, nunca lhe fizeram brilhar os olhos. Esse brilho, ela conseguia enxergar e sentir, vinha da admiração que teve por todos seus professores, pois mesmo sem que eles soubessem, eles a motivaram a ser quem ela é hoje, e mostraram que os dias nublados, não duram para sempre, pois ao final, se você olhar com atenção, sempre é possível ver as cores do arco íris.

 

Link da matéria que serviu de inspiração: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/12/07/mesmo-com-nova-onda-de-covid-19-paises-mantem-escolas-abertas-para-minimizar-impacto-da-pandemia-na-educacao.ghtml

 

Veja o próximo texto: https://sites.usp.br/tecnologiaseducom/acao-interacao-o-pilar-na-mudanca-do-mundo-a-educacao/

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