Ação & Interação – Valorize

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Nas últimas crônicas, passamos pelo aspecto geral, com recortes acerca dos problemas e do cotidiano escolar. Da mesma forma, é preciso discorrer também sobre as condições em que os estudantes e professores se encontram nesses espaços escolares.

Deste modo, encontrado no ambiente da escola pública municipal e estadual existe infelizmente, uma grande fragilidade da escola pública. Indicadores mostram que a escola pública vive um problema crônico, o que acaba desmotivando todos os atores envolvidos que constroem a nossa escola.

Uma das mitigações e metas da escola e desejo de quem ensina, é diminuir a desigualdade no aprendizado, sem qualquer dúvida. Torna-se um desafio evidentemente zelar pelo mínimo aprendizado nesses locais. Mesmo assim, ainda se permeiam as desigualdades entre os que aprendem e os que não aprendem, mas o que fazer para diminuí-la?

Um indicador relevante e necessário para se pensar na motivação da escola, é o salário do professor, por exemplo. A classe já vem há anos sofrendo com sua desvalorização e sem qualquer reajuste salarial. Ainda, o salário de profissionais assalariados que têm nível superior é mais que três vezes o valor médio recebido pelos trabalhadores que não possuem a mesma formação, segundo informações do Cempre (Cadastro Central de Empresas), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O Cempre reúne informações de empresas e outras organizações formalmente constituídas no país no ano de 2019. Segundo os dados, o salário médio mensal dos que possuem Ensino Superior é de 7,0 salários mínimos, enquanto chega a 2,4 salários mínimos entre os que não têm nível superior, sendo a mesma coisa do salário-base de um professor de ensino básico.

Na mesma linha, outro indicador relevante a se pensar em alavancar a educação é o investimento médio na educação por aluno. Segundo o relatório Education at a Glance 2020 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o gasto brasileiro com a Educação, sendo este o investimento por aluno – é um dos menores entre os países avaliados da organização. Ainda segundo a OCDE, da mesma forma, o salário dos professores, que é um dos principais gastos na Educação, está muito abaixo da média dos países do grupo.

1) Investimento por aluno no Fundamental 1

– no Brasil: US$ 3.800.

– média dos países da OCDE: US$ 8.600.

2) Investimento por aluno no Fundamental 2

– no Brasil: US$ 3.700.

– média dos países da OCDE: US$ 10.200.

3) Investimento por aluno nos cursos médio e técnico

– no Brasil: US$ 4.100.

– média dos países da OCDE: US$ 10.000.

O relatório destaca ainda que: “O pagamento dos professores geralmente é responsável pela maior parte do gasto por estudante, então, o gasto relativamente baixo por estudante no Brasil está refletido no baixo salário dos professores”.

Contudo, os salários são completamente abaixo das necessidades básicas daqueles que dedicam a suas vidas a ensinar as crianças e jovens brasileiros, o que não causa engajamento, o que não muda, o que permeia e traz a tona a precariedade da educação pública brasileira, seja para quem aprende, seja para quem ensina.

 

Fonte: Education at a Glance 2020, OECD Indicators – http://www.oecd.org/education/education-at-a-glance/ 

 

Veja o próximo texto: http://sites.usp.br/tecnologiaseducom/acao-interacao-um-motivo-a-mais/

 

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