Características das vias de administração e impacto no bem-estar animal

VIA DE ADMINISTRAÇÃOFREQUÊNCIACONTENÇÃOCOMENTÁRIOSIMPACTO NO BEM-ESTAR
Bomba osmóticaContínuaAnestesia para o implante, depois nenhumaEvita
múltiplas injeções.
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Intra-articularUAnestesiaPode lesionar a articulação;
Esterilidade é essencial;
Realizar apenas uma vez.
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IntracerebralUAnestesiaTecnicamente difícil em neonatos.

O procedimento incorreto, volume incompatível ou propriedades da substância, ou rejeição por acúmulo da substância podem resultar em óbito.
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IntradérmicaRMDeve-se alcançar uma boa técnica para garantir que a administração não seja subcutânea.**
IntramuscularRMEfeitos irritantes podem causar dor e lesão tecidual.

Pode causar danos aos nervos.

Evite injetar nos espaços entre as fáscias ou vasos sanguíneos.

Efeitos ocasionados por grandes volumes e dano tecidual ficam ocultos.

Atente-se aos adjuvantes. Considere injetar em diferentes locais para administrações sucessivas.
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IntranasalRMÉ difícil garantir que a dose completa seja administrada na narina.

Efeitos adversos são improváveis, mas volumes excessivos podem causar asfixia.
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IntraperitonealRMSubstâncias irritantes podem causar dor e peritonite.

Podem ocorrer equívocos ao administrar a substância diretamente em um órgão, porém é difícil de detectar.

Indicado apenas para pequenos roedores.
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IntratraquealUAnestesiaPode causar óbito em equívoco técnico ou se a substância for irritante.***
IntravaginalRMPode ser difícil reter a substância no interior da vagina.*
IntravenosaRAnestesia ou contenção mecânica com auxílio de pano, tubo ou saco plásticoNecessário aquecer o animal para vasodilatação. Cuidado para evitar queimaduras na cauda.

A injeção rápida pode resultar em alta concentração da substância no sistema nervoso central ou outro órgão, podendo ser fatal.
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Oral:
Alimento/Água
RNãoA dose pode variar com a ingestão de alimentos ou água.

A dosagem em alimentos causa pouco estresse, porém a baixa palatabilidade pode restringir a ingestão, possibilitando sofrimento causado pela sede.

É importante conhecer o comportamento alimentar do animal.
*
Oral:
Gelatina
RNãoFácil de administrar, porém o animal pode rejeitar substâncias não palatáveis.

É importante conhecer o comportamento alimentar do animal.
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Oral:
Gavagem
RMO posicionamento preciso da cânula é essencial.

Equívocos são raros, porém pode ocorrer óbito em pequenos roedores caso a canulação esteja incorreta.
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Respiratória:
Exposição de corpo inteiro
RNãoÉ difícil medir a dose administrada, mas falhas ou problemas técnicos ou de bem-estar são raros.*
Respiratória:
Inalação apenas nasal
RTubos ou
máscaras
Estressante devido à contenção no tubo.

Treinamento e habituação dos animais são essenciais.
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SubcutâneaRMEm caso de doses sucessivas, alternar o local de administração; atenção aos adjuvantes.*
Tópica dérmicaRM ou anestesiaPouco utilizado em pequenos roedores.

A remoção dos curativos adesivos pode ser dolorosa. Substâncias irritantes são especialmente problemáticas.
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Tópica OcularRMTrata-se de uma técnica fácil, mas substâncias irritantes podem causar lesões oculares, que tendem a ser muito dolorosas.*

M: contenção manual durante o período de administração; R: doses repetidas; U: dose única.

* Menor impacto: procedimento não doloroso, mínima contenção, rápido ou não invasivo;

** Médio impacto: procedimento pode demandar anestesia, sedação ou contenção, exigindo capacidade técnica apurada;

*** Maior impacto: A anestesia pode ser necessária (com riscos associados), técnica incorreta pode causar morte ou lesões graves.

Para acesso via celular: A tabela é melhor visualizada com o celular em modo horizontal ou em modo para computador.

Referências:

Morton DB, Jennings M, Buckwell A, Ewbank R, Godfrey C, Holgate B, Inglis I, James R, Page C, Sharman I, Verschoyle R, Westall L, Wilson AB; Joint Working Group on Refinement. Refining procedures for the administration of substances. Report of the BVAAWF/FRAME/RSPCA/UFAW Joint Working Group on Refinement. British Veterinary Association Animal Welfare Foundation/Fund for the Replacement of Animals in Medical Experiments/Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals/Universities Federation for Animal Welfare. Lab Anim. 2001 Jan;35(1):1-41. DOI: 10.1258/0023677011911345PMID: 11201285.

ZANATTO, Dennis Albert. Métodos substitutivos ao uso de animais vivos no ensino de graduação em medicina veterinária: procedimentos em roedores de laboratório. 2018. Dissertação de Doutorado. Universidade de São Paulo. DOI: 10.11606/D.10.2019