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Estudo do metaboloma salivar e sua associação com a doença periodontal em pacientes com síndrome de de Down

Tese de doutorado defendida pelo Dr. Rafael Celestino de Souza

Os pacientes com Síndrome de Down (SD) possuem grande incidência  de doença periodontal (DP) caracterizada por um curso precoce e com maior severidade. O estudo de metaboloma pode contribuir para o entendimento deste curso da doença, identificando possíveis metabólitos como biomarcadores nestes indivíduos. Para entender o perfil metabólico dos indivíduos com Síndrome de Down e a sua relação com a doença periodontal, realizamos a identificação dos metabólitos salivares de adolescentes e adultos jovens, entre 12 e 21 anos, ambos os gêneros. Foram coletados dados sobre o estado geral de saúde e realizados exames clínicos bucais, como índice de higiene oral simplificado, sangramento e profundidade de sondagem. Para a análise do metaboloma foram coletadas amostras de saliva não estimulada, analisadas por meio de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Saliva e fluido crevicular gengival também foram coletados para identificação microbiana através do MALDI-TOF. Os dados encontrados foram submetidos à análise estatística por meio da Análise dos Componentes Principais (PCA) e a quantificação relativa dos metabólitos foi avaliada por testes não paramétricos, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Foi possível observar através dos modelos de PCA separação dos indivíduos com SD e controles, independente da doença periodontal. A quantificação relativa revelou maiores níveis de glicina, l-prolina, l-leucina, l-serina, ácido palmítico, ácido pentanóico, ácido tetradecanóico, tirosina e l-fenilalanina nos grupos SD quando comparados com controles saudáveis. A microbiota de indivíduos com SD apresentou diferenças significantes com relação aos indivíduos controles, principalmente para Rothia dentacariosa, Staphylococcus epidermidis, Tannerella forsythia quando avaliada a saliva e A. Actinomycetemcomitans, Micrococcus luteus, Rothia aeria, Treponema denticola no fluiso crevicular gengival. Em conclusão, o perfil metabolômico impresso nos indivíduos com SD difere significativamente dos indivíduos controles, independente da doença periodontal. Entretanto, os metabólitos que diferenciam indivíduos controles com e sem DP, apresentam-se elevados em todos os indivíduos com SD, promovendo novos “insights” para o perfil metabólico relacionado à DP na SD.