Onde está o desenvolvimento que nos prometeram?

Emilio Moran, pesquisador com mais de dez anos de estudo sobre a construção de hidrelétricas na Amazônia, compartilhou em entrevista à Agência FAPESP os resultados do projeto “Depois das Hidrelétricas”, que investigou os impactos sociais e ambientais das usinas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio. O estudo, que durou uma década, analisou mudanças no uso do solo, pesca e condições de vida das populações afetadas, revelando que, ao contrário do prometido, houve degradação ambiental, perda de biodiversidade e piora nas condições socioeconômicas.

Moran destaca que o projeto de engenharia previu benefícios como melhorias em saneamento e saúde, mas essas promessas não se concretizaram, deixando um legado de problemas, como aumento da violência, colapso da agricultura e escassez de peixes. Em Altamira, por exemplo, a conta de luz é cinco vezes mais cara do que em São Paulo, e a infraestrutura urbana não acompanhou o crescimento populacional.

O pesquisador agora planeja um novo projeto, focado em soluções baseadas no conhecimento indígena e de populações tradicionais, investigando como essas comunidades estão se adaptando às mudanças climáticas em diversas regiões do mundo, incluindo a Amazônia, Alasca e África Subsaariana.

Leia mais sobre a pesquisa e seus resultados no site da Agência FAPESP.