Curso Gratuito ministrado pelo LAMUS: Construção do pensamento teórico da música ocidental

Prezados(as),

O Laboratório de Musicologia da USP (LAMUS) tem o prazer de convidá-los(as) para o curso de extensão “Construção do pensamento teórico da música ocidental”, que será realizado às sextas-feiras, no segundo semestre, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

Para realizar sua inscrição e obter mais informações sobre o curso, acesse o link: https://uspdigital.usp.br/apolo/apoObterCurso?cod_curso=860300023&cod_edicao=24001&numseqofeedi=1

Em caso de dúvidas, entre em contato conosco através do site: https://sites.usp.br/lamus-each/fale-conosco/

Cordiais saudações,

Equipe LAMUS

Artigo: Métrica, Ritmo e Hierarquia: uma análise conceitual sobre a ritmopeia

Olá!

Anunciamos a publicação do artigo “Métrica, Ritmo e Hierarquia: uma análise conceitual sobre a ritmopeia”, no volume 9, n.1 da revista Musica Theorica, periódico da Associação Brasileira de Teoria e Análise Musical (TeMA). No artigo, inserido na linha de Significação Musical e Estudos das estruturas discursivas na música de José Maurício Nunes Garcia, Gustavo Caum e Silva e Diósnio Machado Neto fazem uma discussão a partir das teorias sobre ritmopeia e examinam os diverso parâmetros que definem a natureza do ritmo, partindo da análise, a partir do modelo teórico-analítico elaborado por Danuta Mirka, de um hino do compositor carioca.

O 9º Volume, n. 1, da revista Musica Theorica pode ser acessado pelo link:

https://revistamusicatheorica.tema.mus.br/index.php/musica-theorica/issue/view/20

O artigo em específico pode ser acessado pelo link a seguir:

https://revistamusicatheorica.tema.mus.br/index.php/musica-theorica/article/view/300

Resumo do Artigo:

Se no século XVIII a ritmopeia foi amplamente discutida por teóricos e estetas, o século XX reaviva esse interesse em lançar luz sobre o parâmetro rítmico, frequentemente negligenciado no período intermediário. Tanto as discussões do passado quanto as contemporâneas buscam esclarecer os conceitos e as complexas interações sonoras que compõem o aspecto musical do ritmo. Este artigo visa realizar uma revisão bibliográfica e mapear a linha teórica que conduz a uma compreensão mais objetiva e clara dos parâmetros fundamentais que definem a natureza do ritmo, investigando sua relação com a métrica, a hipermétrica e os fenômenos sonoros. Para tanto, adotaremos o modelo teórico-analítico proposto por Danuta Mirka, que reconstrói a genealogia das teorias sobre ritmopeia do século XVIII e incorpora as contribuições dos musicólogos contemporâneos. A problemática será abordada a partir de um estudo de caso específico de José Maurício Nunes Garcia, estabelecendo uma conexão entre as diferentes teorias para elucidar os princípios fundamentais que regem a conceituação do ritmo. Um ponto central que perpassa todo o percurso teórico é a ideia de hierarquia como organizadora do processo estético e cognitivo. Assim, este artigo demonstra esse processo como um elemento crucial para a compreensão do ritmo e sua relação com a dimensão métrica.

Palavras-Chave: Ritmopeia. Métrica. Hipermétrica. Hierarquia. Século XVIII.

Artigo “De outras terras e outras línguas te acordar: Taiguara, a música como campo de batalha”

Olá pessoal!

É com muito prazer que anunciamos a publicação do artigo “De outras terras e outras línguas te acordar: Taiguara, a música como campo de batalha”, que se relaciona a linha de pesquisa “Significação Musical e Teoria Crítica aplicadas às Dimensões Sociopolíticas, Culturais e Decoloniais da Música Brasileira” do LAMUS (Laboratório de Musicologia) da EACH-USP Leste, coordenada pelo Prof. Dr. Diósnio Machado Neto.

O artigo é uma produção conjunta de Aldo Luiz Leoni, Fernando Tavares e Diósnio Machado Neto do LAMUS e resultado dos encontros do Grupo de Estudos sobre o Rock, feitos quinzenalmente pelo grupo. O artigo saiu no Dosier: “Álbumes del exilio: música popular, política y experiencias” no Volume 6 Número 1 (2024) da Revista Contrapulso, disponível no link:

https://contrapulso.uahurtado.cl/index.php/cp/issue/view/10

O artigo pode ser encontrado neste link:
https://contrapulso.uahurtado.cl/index.php/cp/article/view/240/105

Segue abaixo o resumo do artigo:
Este trabalho aborda a vigilância ideológica e de costumes dos aparelhos do Estado durante a Ditadura Militar no Brasil, especialmente na música. Destaca-se o caso de Taiguara, um compositor que ao tentar reiteradamente defender pessoalmente suas canções acabou criando no meio censório uma reputação de inconformista. Isso eventualmente se agravou à medida que o regime militar passou não só a cercear canções sobre costumes, mas também conteúdo considerado subversivo. Assim a carreira do músico em paralelo à escalada da repressão desde o Golpe de 1964 estabelece um nexo de causalidade. A vigilância começa a se evidenciar mesmo durante os festivais musicais televisionados na década de 60 nos quais o músico tinha presença constante. Isso iria causar os dois períodos de exílio de Taiguara, o primeiro na Inglaterra e o segundo na Tanzânia. O álbum Imyra, Tayra, Ipy(1976) foi o auge da perseguição, pois, mesmo tendo passado na peneira censória foi recolhido às pressas logo após sua distribuição. Além da discussão sobre o exílio e a censura enfrentados por Taiguara, são analisadas soluções musicais e letras do compositor nesse contexto. A postura crítica e a defesa de pautas que hoje seriam classificadas como progressistas destacaram-no como um artista em busca de liberdade de expressão.
Palavras-chave: Taiguara, exílio, ditadura militar brasileira, censura, Imyra Tayra Ipy.

Vocês podem assistir ao lançamento do dossiê no canal do Youtube, através do link:

https://www.youtube.com/watch?v=hzcKO30Fsak

Para quem quiser saber mais informações sobre o LAMUS, pode acessar o site:
https://sites.usp.br/lamus-each/

Abraços e até a próxima!

Conheça mais sobre o LAMUS

“O axioma da musicologia é que ela investiga a arte sonora. Sua epistemologia se desenvolve na interdisciplinaridade dada na compreensão da condição humana. Isso inicia pela definição dessa condição em contextos históricos e geográficos. No entanto, seu foco, contemporâneo, está em entender a arte sonora e musical como expressão multifacetada no espaço e no tempo, refletindo a diversidade cultural e humana. A teoria que desenvolvemos de forma autoral se fundamenta na ideia de inflação cósmica, pois postula que as trocas musicais ocorrem por meio da densificação de parâmetros musicais, mas principalmente a partir de gestualidades, logo “Teoria das Gestualidades Inflacionárias”. Dentre os diversos projetos de pesquisa que emanam dessa abordagem, destacam-se os estudos decoloniais da música e as análises de significado relacionadas ao repertório da tradição erudita europeia no contexto brasileiro.” Diósnio Machado Neto

O Laboratório de Musicologia da EACH-USP é um espaço dedicado à pesquisa da música em suas dimensões sócio-históricas, com ênfase na música da tradição ocidental. Atualmente desenvolve duas linhas de investigação: (1) os processos discursivos da música no Brasil colonial (na área de significação musical); (2) música e bandas no Estado de São Paulo.

As linhas de pesquisa do Laboratório são:

  • Estudos de Significação Musical
  • Estudos Discursivos na Músical do Brasil colonial
  • Estudos dos processos pedagógicos da música
  • Estudos sobre Bandas de Música no Brasil

O Lamus também busca desenvolver material didático para o ensino da História da Música, trabalhando na produção de e-videos para as disciplinas de Música Brasileira e História da Música. Em seu quadro, o Lamus conta com pós-doutorandos, doutorandos, mestrando e alunos de graduação. Está localizado na Escola de Artes, Ciência e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP)

LATTES DO GRUPO DE PESQUISA LAMUS-EACH

http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/5539472041828509

IV CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MUSICOLOGIA

IV CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MUSICOLOGIA
A HISTORIOGRAFIA MUSICAL BRASILEIRA COMO SUPORTE PARA PENSAR A MUSICOLOGIA NA CONTEMPORANEIDADE
DATA: 20 a 24 de novembro de 2023
E-MAIL PARA CONTATO: abmus4congresso@gmail.com
CHAMADA DE TRABALHOS
I – APRESENTAÇÃO
O IV Congresso da Associação Brasileira de Musicologia (ABMUS) tem como finalidade estimular reflexões sobre os caminhos plurais da musicologia e ampliar o intercâmbio entre centros de estudos, construindo e divulgando a produção intelectual no campo musicológico no âmbito nacional e internacional.
Na tradição historiográfica musical brasileira há um corpo de textos, as Histórias da Música Brasileira/no Brasil, que historicizam as práticas, contextos sociais, instituições e agentes da cena musical nacional, caracterizadas por um não rompimento com paradigmas das histórias ocidentais da música. No entanto, destas histórias da música, como a brasileira, além dos fatos positivos, extraem-se particularidades constituídas não só pelas idiossincrasias locais, mas sobretudo em como estas se relacionam com os projetos civilizatórios expondo-as a relações de dependência a plataformas epistemológicas assimiladas nos alinhamentos Norte-Sul da ocidentalidade. Desta forma, constroem-se os caminhos da patrimonialização de bens culturais através da organização de acervos e a legitimação de documentos históricos, de forma muito próxima ao paradigma historiográfico do dito Antigo Regime anterior ao advento da Escola dos Anais. O resultado dessa postura positivista foi uma prática historicista que mal se libertou da ideia de discutir a música no Brasil a partir de um cânone decorrente das grandes personalidades e de suas obras.
Porém, além da formação do cânone, há o que não é sistematizado, ou seja, os processos de apagamentos e memoricídios nos quais se projetam as hegemonias discursivas da sociedade dominante. Em síntese, é neste espaço entre o dito e o não dito que as estruturas enunciativas do historiografar passam a constituir e a definir a territorialidade da nossa musicologia, incluindo o nosso lugar no sistema-mundo. Para tanto, perscrutar a musicologia na percepção dos movimentos hegemônicos, assim como dos movimentos “esquecidos” ou “velados” torna-se um exercício cíclico. Este compromisso requer-nos confrontar a historiografia na percepção dos discursos dominantes, mas também compreender as novas epistemologias que refletem sobre a cena musical a partir das territorialidades que emergem de nossa realidade geográfica-cultural de profunda diversidade, inclusive as performatividades e corporalidades não normativas, decolonizadas dos próprios paradigmas usados tradicionalmente em uma musicologia pouco atenta a práticas cotidianas e suas realidades discretas. Neste campo, devemos considerar questões contemporâneas que rompam a cadeia de um lócus elaborativo das dominâncias, assim como dos métodos de investigação e divulgação de nossas pesquisas. É um ambiente para pensar os lugares silenciados ou como a música se dá nas territorialidades informacionais que mudaram, nas últimas décadas, os padrões de produção, circulação, escuta e consumo da música. Da mesma forma, é um espaço para equacionar as questões identitárias, no sentido de melhor posicionar a musicologia para dialogar com as demandas de expressão de gênero, étnico-raciais e condições socioeconômicas, tanto artísticas como de engajamento sociopolítico.
Desafia-se assim a uma prática musicológica que se imponha uma renovação de seus enfoques de forma crítica e radical, inclusive a não interdição da criação e performance como formas de problematização da cena musical, emancipando o objeto musical da mediação escrita. Diante disso, nesta edição convidamos a comunidade estudiosa da música a pensar a historiografia musical brasileira numa perspectiva de suas hegemonias e contra-hegemonias, propondo discutir os modelos e o pensamento historiográfico adotado na produção de discursos locais, regionais e nacionais; dos métodos e entrelaçamentos interdisciplinares; dos impactos dos ambientes de escuta atuais; dos processos críticos numa era de realidades ampliadas e dissolução da autoridade acadêmica; das novas epistemologias de pesquisa; e, o papel do musicólogo neste processo, no qual a construção de narrativas historiográficas demandam atenção às pressões ideológicas e/ou filosófico-estruturais do presente. Por fim, pensar o fazer musicológico no que tange os planos de profissionalização na superação de modelos, e como exige acuidade crítica e posicionamento ético diante dos desafios contemporâneos.
AS PROPOSTAS DEVEM ABORDAR QUESTÕES PERTINENTES AOS SEGUINTES TÓPICOS
1. Historiografia da música como discurso local, regional e nacional
2. O papel do musicólogo na construção de narrativas historiográficas
3. A função da documentação na construção historiográfica musical hoje
4. A informação musical e seus registros como fontes historiográficas musicais e seus problemas
5. Problemas historiográficos nos espaços luso-brasileiro e ibero-americano
6. A musicologia como espaço interdisciplinar para uma História das Ideias
7. Iniciativas de profissionalização do fazer musicológico
8. A musicologia no espaço das discussões identitárias: étnico-raciais, conflitos sociais, de gênero
9. Processos críticos numa era de realidades ampliadas e dissolução da autoridade acadêmica
AS PROPOSTAS DEVERÃO SER ENVIADAS NO FORMATO DE RESUMOS EXPANDIDOS
Os resumos expandidos são propostas (com até duas laudas A4) que detalham o conhecimento com referências ao seu tema de pesquisa. No caso de submissões para painéis temáticos, incluir os nomes e breve bio de todos os participantes.
INFORMAÇÕES GERAIS
a) Número máximo de páginas para os resumos expandidos: duas páginas, incluídas as ilustrações e referências.
b) A aprovação dos trabalhos é de inteira responsabilidade da Comissão Científica.
c) Autores e coautores devem se inscrever no evento até a data de envio da versão final do trabalho, em 5 de novembro de 2023, a fim de que sua participação seja incluída na Programação, no Caderno de Resumos e nos Anais Online.
d) Os autores das submissões aprovadas apresentarão a versão completa da sua Comunicação em até 15 minutos de maneira remota (virtual e online).
DATAS IMPORTANTES
Data final para submissão de artigos: 4 de setembro de 2023.
Divulgação dos artigos aceitos: 9 de outubro de 2023.
Data para envio da versão final do artigo para integrar os Anais: 13 de novembro de 2023.
Divulgação dos horários das comunicações: 5 de novembro de 2023.