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A Quebra do Silêncio e o Potencial Além da Fala

Uma conversa com Henriette Morato e Juliana Puglia

Pensando sobre as angústias que podem ser geradas pelo silêncio, principalmente o silêncio daqueles que se inscrevem no serviço mas não respondem quando o colaborador entra em contato, tivemos também uma conversa com a professora Henriette Morato e com a psicóloga Juliana Puglia sobre a possibilidade da própria inscrição no projeto ajudar a dar um contorno às angústias. O registro das queixas e o endereçamento, colocar a mensagem no mundo, pode ser em algum nível suficiente. Talvez isto possa explicar de alguma forma a dificuldade de entrar em contato com algumas pessoas que se inscrevem no serviço. Será que quando o cliente escreve, ele pode em ato perceber  por que está sendo trazido e ressignificar seu pedido?

Ainda é necessário lembrar que o próprio fato do serviço estar disponível e de ser ele quem chega às pessoas influencia em como as demandas aparecem. O movimentar-se fisicamente até uma instituição atrás de um serviço diz sobre a disponibilidade de quem o procura? A “facilidade” de ter um serviço disponível na pandemia pode fazer com que as pessoas o procurem por “prevenção”?

É possível levantar diversas questões sobre quais as demandas que chegam ao projeto e como elas têm aparecido nos atendimentos. Talvez também seja importante refletir sobre o fato de que as pessoas que mais têm permanecido no atendimento são aquelas que apresentam questões anteriores ao isolamento e que parecem ter sido afloradas neste contexto pandêmico, nestes casos o atendimento pontual pode se oferecer como um momento importante de escuta e acolhimento.