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Plantão Psicológico: Um Clinicar em Pandemia

Principais pontos do encontro da aula do dia 09 de Maio

Neste sábado, dia 09/05 tivemos mais uma aula online, com a professora Henriette Morato e a psicóloga Heloísa Aun, colaboradoras do projeto. A aula teve o intuito de trazer aos colaboradores reflexões sobre o que é o atendimento de plantão e como ele se dá neste projeto e nesta época que estamos vivendo, em um mundo novo, onde muitas referências foram mudadas ou perdidas e os próprios psicólogos colaboradores também se deparam com tamanha incerteza causada pela pandemia. Neste momento, o plantão se mostra como uma oportunidade de encontro no qual o profissional se permite estar com o cliente, e neste encontro, se reinventar. É a possibilidade de encontrar-se diferente quando tudo é igual, dando um espaço para si, onde o psicólogo se propõe a ouvir e ser testemunha de um outro que diz de si próprio, além de se ouvir e ouvir como o que vem do outro reflete nele mesmo. O psicólogo pode ser entendido, assim, como um profissional do encontro.

De maneira didática pode-se dizer que em geral o cliente chega de três modos, através de um pedido, uma queixa, ou uma demanda. E o plantonista pode ver este pedido como um querer,  a queixa como algo que pode vir, a demanda como a necessidade, o precisar. E a partir do encontro, o psicólogo consegue identificar o que está vindo. A partir dos encontros abrem-se novas possibilidades, outros caminhos para serem trilhados. E no inesperado do encontro, por vezes surge o desconforto. O que é dito sobre nós quando nos colocamos na frente de um outro e nos deixamos afetar por ele? Não há como dizer do outro, sem dizer de si. O plantão se oferece assim como uma oportunidade de nos revermos como humanos. Ser plantonista é viver da experiência e o sentido de ser psicólogo é ter o cuidado de ser quem se é. E o cuidado com o outro se dá com o reencaminhá-lo para o sentido de cuidar de si. Para isso é necessário prestar atenção em “como” o outro chega ao plantão e não “no quê” chega.