Impacto Social

8 de agosto de 2025

Impacto econômico, social e cultural do programa.

Além do impacto científico propriamente dito, o PPG em OCCTTC tem relevante papel de inserção social que gera impacto econômico, social e cultural que acontece principalmente por meio dos serviços de extensão à comunidade, oferecidos pelas Unidades de Saúde, Unidades de Pesquisa associadas ao Programa e por meio do impacto translacional das pesquisas realizadas pelos docentes e discentes/egressos do PPG. 

A seguir, destacamos 5 pilares de ações que consolidam o impacto econômico, social e cultural do programa, representados pelas ações relacionadas a (i) atividades educacionais promovidas pela Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto do HC FMRP USP, (ii) gestão de serviços médicos prestados à comunidade, (iii) Atividades administrativas relacionadas à inserção da universidade na sociedade, (iv) supervisão de estágios profissionais e (e) desenvolvimento de terapia com células T modificadas (CAR-T).

(i) Atividades educacionais promovidas pela Casa da Ciência do Hemocentro de Ribeirão Preto do HC FMRP USP.

Uma das formas de inserção social se faz por meio dos programas educacionais. Como exemplo dos mais promissores, temos os programas desenvolvidos pela “Casa da Ciência” do CTC/INCTC, um programa que desenvolve atividades de ensino de ciências com objetivo de aproximar a pesquisa científica de alunos e professores da rede básica de ensino do ensino fundamental e médio. Com a implantação do PPG em OCCTTC, o projeto “Casa da Ciência” foi naturalmente incorporado como atividade de extensão com participação importante dos pós-graduandos e docentes do PPG desde 2012. No quadriênio de 2021 a 2024, pelo menos 40 atividades específicas da Casa da Ciência, contaram com participação de discentes e seus respectivos orientadores do PPG em OCCTTC. A coordenação da Casa da Ciência é de responsabilidade de docentes do referido PPG que incluem a Diretoria do Hemocentro, a Diretoria Técnico Científica e a Coordenação Científica.

A Casa da Ciência (http://www.casadaciencia.com.br/ ) é um programa que desenvolve atividades de ensino de ciências com o objetivo de aproximar a Pesquisa Científica de alunos e professores da rede básica de ensino. Iniciou suas atividades no ano de 2000, como parte do Programa Educacional do Centro de Terapia Celular (CTC), integrante dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), financiados pela FAPESP. Nestes 20 anos de programa presencial, iniciativas de difusão e divulgação científicas foram realizadas, intensificando-se a partir do ano de 2012. 

Durante o período da quadrienal 2021-2024, a Casa da Ciência desenvolveu diversas iniciativas para popularizar a ciência entre estudantes do ensino fundamental e médio, com adaptações ao longo dos anos para atender ao público de forma remota e presencial. Os principais programas e atividades desenvolvidos pela Casa da Ciência entre 2021 e 2024 foram:

– Adote ONLINE: Criado para substituir o programa “Adote um Cientista” durante a pandemia, o “Adote ONLINE” manteve a proposta de aproximar alunos da pesquisa científica por meio de palestras com pesquisadores, majoritariamente da USP de Ribeirão Preto. Esta atividade é voltada para estudantes com idades entre 13 e 18 anos, que estejam cursando do sétimo ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. Com transmissão ao vivo no YouTube, os temas eram debatidos em tempo real, e os alunos podiam interagir via comentários ou redes sociais. Com o retorno das atividades presenciais nas escolas, algumas dificuldades surgiram, como a coincidência de horários das transmissões com as aulas. Para contornar esse problema, foi criado um canal de dúvidas via WhatsApp, e algumas escolas permitiram que os alunos assistissem às lives durante “teleaulas” supervisionadas por professores. Cerca de 8p diferentes emas foram discutidos, e os temas abordados ao longo dos anos estavam temas relacionados à saúde humana, oncologia, imunoterapia e terapia celular. O programa registrou grande adesão: 2021: 578 alunos, 41.024 visualizações; 2022: 348 alunos, 13.034 visualizações; 2023: 509 alunos, 15.049 visualizações; 2024: 502 alunos, 6.747 visualizações (dados ainda em crescimento)

– Férias com Ciência: O tradicional evento, antes realizado presencialmente nas férias de verão e inverno, foi adaptado para o formato online. As atividades incluíam experimentos demonstrativos, que os alunos podiam reproduzir em casa. Para obter certificado, era necessário enviar registros dos experimentos. Edições de destaque do Férias com Ciência foram:

2021 – “A Magia da Ciência”: Selecionou experimentos que pareciam truques de mágica, mas eram explicados cientificamente. Participaram 124 alunos de 50 cidades e 14 estados.

2022 – I Semana de Imunoterapia: Evento em parceria com o Hemocentro de Ribeirão Preto, focado na imunologia e imunoterapia. Reuniu 295 alunos de 130 cidades e 23 estados.

2023 – II Semana de Imunoterapia: Continuou a iniciativa anterior, abordando imunologia avançada. Contou com 64 alunos e acumulou 5.070 visualizações nos vídeos.

– Podcast “Papo de Ciência”: Criado em 2023, este podcast trouxe entrevistas com pesquisadores sobre suas áreas de estudo, metodologias e desafios acadêmicos. Com formato acessível, busca inspirar jovens a seguir carreiras científicas. Os temas abordados incluíram, dentre outros: (a) técnicas laboratoriais (PCR, citometria de fluxo, espectrometria de massas), (B) doação de sangue e segurança transfusional, (c) oncologia e biotecnologia, (c) ecologia e conservação de espécies, (d) nanotecnologia e inovação farmacêutica. O impacto registrado do PodCast foi: 2023: 25 entrevistas, 6.319 visualizações; 2024: 11 entrevistas até o momento, 1.166 visualizações; Total acumulado: 38 entrevistas e 7.485 visualizações.

– Visitas de Escolas Premiadas pelo Programa “Ciência Para Todos”

Desde 2023, a Casa da Ciência passou a receber alunos vencedores do prêmio “Ciência Para Todos” (FAPESP e Fundação Roberto Marinho) para visitas ao CTC-USP/Hemocentro de Ribeirão Preto. Os estudantes participaram de palestras e conheceram laboratórios de pesquisa. Em 2023, a Escola Estadual Ângelo Scarabucci (Franca-SP) enviou cerca de 40 alunos. Em 2024, foi a vez da Escola Estadual Jesuíno de Arruda (São Carlos-SP), com 20 alunos. Durante as visitas, os alunos tiveram contato direto com técnicas laboratoriais e pesquisas na área da biologia celular e molecular.

Desta forma, desde 2021, a Casa da Ciência tem consolidado seu alcance e diversificado suas ações. Com a adaptação para o formato online, o público atendido aumentou significativamente, alcançando alunos de diversas partes do Brasil. Em resumo, entre 2021 e 2024, o canal registrou 510 mil visualizações, 34,3 mil horas de tempo de exibição e mais de 5,3 mil inscritos. A faixa etária do público que acessou o canal foi distribuída da seguinte forma: aproximadamente 35% têm entre 18 e 24 anos, 30% entre 25 e 34 anos, e 25% entre 35 e 44 anos. Percentuais menores corresponderam a espectadores de 13 a 17 anos e de 45 a mais de 65 anos. O Brasil representou a maior parte dos acessos (88%), seguido por países como Portugal, Colômbia, Angola, Peru e México, cada um com cerca de 1% do total de visualizações. Atualmente, o principal desafio da instituição é integrar o melhor dos formatos presencial e online, garantindo maior acessibilidade e aprofundamento nos conteúdos científicos. Os programas desenvolvidos continuam sendo atualizados para manter o engajamento dos alunos e possibilitar maior contato com a pesquisa acadêmica.

Canais de divulgação da Casa da Ciência a serem citados incluem site da Casa da Ciência: https://www.casadaciencia.com.br/

YouTube: https://is.gd/IrRiDU

Facebook: https://is.gd/D1EoNF

Instagram: @casadacienciahemocentro ou https://is.gd/To3XCX

Tiktok: https://www.tiktok.com/@casadacienciarp

X (antigo twiter): https://x.com/@CasadaCienciaRP

Twitch: https://www.twitch.tv/casadaciencia

(ii) Gestão de serviços médicos prestados à comunidade

A inserção social pode ser destacada com os serviços médicos prestados à comunidade. Os orientadores do programa são coordenadores ou responsáveis pelas estruturas de atendimento ambulatorial e de enfermarias no complexo terciário do Hospital das Clínicas e FMRP-USP, formado pela unidade Campus do HC e Unidade de Emergência que se localiza no centro da cidade, fora do Campus Universitário. Os orientadores do programa são Diretores do Hemocentro de Ribeirão Preto, Coordenadores do Ambulatório de Hematologia vinculado a uma unidade básica de saúde (Centro de Saúde Escola-CSE), Coordenadores do Serviço d Oncologia do HC FMRP USP, Coordenadores da Unidade de Transplante de Medula Óssea do HC FMRP USP e Coordenadores do Laboratório de Hematologia do HC FMRP USP. Os docentes participaram de forma substancial no atendimento a pacientes do HCFMRP-USP no quadriênio, com supervisão de atendimentos de consultas e procedimentos ambulatoriais em Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea, Oncologia Clínica, e supervisão de pacientes internados nas enfermarias de Hematologia, Transplante de Medula Óssea e Oncologia Clínica. Exemplos desta atividade de prestação de serviço à comunidade seguem abaixo:

Laboratório de Hematologia do HC-FMRP-USP: coordenado pelo Prof. Rodrigo Tocantins Calado e vinculado a outros docentes do Programa, realiza anualmente cerca de 200.000 hemogramas e 100.000 testes de coagulação. 

Hemocentro de Ribeirão Preto: responsável pelo fornecimento de sangue a 131 hospitais que atendem uma população composta por aproximadamente 7,9  milhões de habitantes de 249 municípios do Estado de São Paulo. Anualmente são realizadas cerca de 90.000 coletas de bolsas de sangue, 120.000 transfusões, 1.800.000 de exames laboratoriais e 17.000 atendimentos médicos, são distribuídos mais de 160.000 hemocomponentes para transfusão de sangue e para a indústria. 

(ii) Atividades administrativas relacionadas à inserção da universidade na sociedade:

  • Rodrigo do Tocantins Calado De Saloma Rodrigues – Pró-reitor de Pós-graduação da USP, Diretor Presidente da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto; Diretor do Centro Regional de Hemoterapia do HCFMRP-USP, Chefe do Laboratório de Hematologia do HC-FMRP-USP.
  • Eduardo Magalhães Rego – Diretor científico da Associação Brasileira de Hemoterapia e Hematologia, Coordenador do Comitê da Saúde da FAPESP, Coordenador do Serviço de Leucemia Aguda do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).
  • Marco Antônio Zago – Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e Membro Titular da Área de Medicina da Academia Brasileira de Ciências.
  • Fabíola Traina –Vice-presidente da Comissão de Pós-graduação da FMRP USP, Diretora Técnico-Científica do Hemocentro de Ribeirão preto, Vice-chefe do Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica, Chefe da Divisão de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do HC FMRP USP, Coordenadora do Centro de Medicina Genômica do HCFMRP/USP. 
  • Virginia Picanço e Castro – Pesquisadora e Coordenadora dos Laboratórios de Pesquisa do Hemocentro de Ribeirão Preto
  • Leandro Machado Colli – Pesquisador e Coordenador do Laboratório Translacional em Oncologia do Hemocentro de RP do HC FMRP USP. Chefe da Divisão de Oncologia Clínica do HC FMRP USP.
  • Lorena Lobo de Figueredo Pontes – Membro da Comissão de Graduação da FMRP USP, Vice- chefe da Divisão de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do HC FMRP USP

(iv) Supervisão de estágios profissionais

Os docentes do Programa atuam na supervisão de estágios profissionais realizados no Hemocentro e HC FMRP USP, tais como especializações médicas, especializações técnicas e estágios de bolsistas FUNDAP (Fundação do Desenvolvimento Administrativo). Estas atividades são desenvolvidas em laboratórios de rotina, pesquisa e na área administrativa e de comunicação. Os alunos que terminam seus estágios de especialização são preparados para atuação no mercado de trabalho, sendo que muitos participam de processos seletivos e são contratados como técnicos de laboratório ou se dedicam à continuidade dos estudos em programas de pós-graduação acadêmica ou profissional. 

Destaque da atuação dos docentes como Coordenadores de programas de residência: Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer e Residência Médica.

O Prof. Leandro Dorigan de Macedo, orientador permanente do PPG, é o Vice-coordenador da Comissão de Residência Multiprofissional do HC FMRP USP e Coordenador do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer. O Programa Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer O programa pretende corroborar com as Políticas Públicas da formação de profissionais na área de saúde, como eixo estruturante da educação permanente dos profissionais, com competências técnico-científicas e qualificação humanística para o trabalho em equipe multiprofissional. Neste contexto, o Programa proposto tem iniciativa inovadora que vai além da expertise da Instituição, ao prover formação comprometida com as necessidades locais. Conforme dados do Ministério da Saúde, as principais causas de mortalidade no Brasil são doenças cardiovasculares, as neoplasias e as causas externas. Em nossa região este perfil epidemiológico se repete. Em 2019, 9.167 consultas foram realizadas no ambulatório geral, população em idade adulta e idosa, da Oncologia Clínica, e 21.580 atendimentos realizados na Oncologia clínica do HCFMRP-USP. O programa de muliprofissional de oncologia tem duração de dois anos e oferece 25 vagas por ano (2 a 6 vagas variando por especialidade) para diferentes profissionais (enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, física médica, fonoaudiólogo, odontologia, terapia ocupacional).

Os docentes também atuam na Coordenação dos Programas de Residência Médica em Hematologia e Hemoterapia (Prof. Diego Villa Clé), Transplante de Medula Óssea (Profa. Fabíola Traina) e Oncologia Clínica (Prof. Leandro Machado Colli) do HC-FMRP-USP. Anualmente, ingressam anualmente 10 novos residentes em Hematologia e Hemoterapia (programa de 2 anos), 2 residentes em Transplante de Medula Óssea (programa complementar de 1 ano), 8 novos residentes em Oncologia Clínica (programa de 3 anos). Os docentes também supervisionam médicos residentes dos programas de Clínica Médica e Puericultura e Pediatria do HC-FMRP-USP.

(v) Desenvolvimento de terapia com células T modificadas (CAR-T)

Nos últimos anos, um grupo de docentes permanentes do PPG em OCCTTC tem investido significativamente na implementação da terapia com células CAR-T no Hemocentro de Ribeirão Preto, promovendo avanços científicos, sociais e econômicos no Brasil. O desenvolvimento de uma plataforma nacional para a produção de lentivírus e a expansão de células CAR-T em condições GMP (Picanço-Castro et al., 2019) têm impulsionado o tratamento de cânceres hematológicos, gerando benefícios diretos tanto para o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para a sociedade brasileira. Desde 2019, 20 pacientes foram tratados com essa tecnologia inovadora, demonstrando excelentes respostas em casos de leucemia linfoblástica aguda (LLA) e linfoma não-Hodgkin (NHL) (Donadel et al., 2024). Atualmente, conduzimos um estudo clínico de fase I/II aprovado pela ANVISA, reforçando nosso compromisso com a inovação e a segurança dos pacientes.

A implementação dessas plataformas só foi possível graças à sólida base de pesquisa acadêmica construída dentro do programa, que incluiu a produção de diversas teses de mestrado e doutorado. Essa iniciativa não apenas consolidou a tecnologia no país, mas também impulsionou a formação de profissionais altamente qualificados, essenciais para a sustentabilidade e expansão dessa abordagem terapêutica. O fortalecimento da infraestrutura científica nacional reduz a dependência de importação de tecnologias e amplia o acesso da população a tratamentos de ponta.

Como parte desse avanço, foi realizado um investimento estratégico na construção da primeira fábrica de células geneticamente modificadas do Brasil: o Núcleo de Terapia Celular Avançada de Ribeirão Preto (NUTERA-RP), da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto. O NUTERA atua como um Centro de Processamento Celular (CPC), oferecendo infraestrutura e serviços especializados para a produção, armazenamento e disponibilização de produtos de terapias avançadas.

O NUTERA conta com quatorze salas classificadas como ISO 7, sendo: Oito salas dedicadas à manipulação e produção de produtos de terapia avançada para uso terapêutico, equipadas com cabines de segurança biológica (ISO 5) e pressão positiva; Uma sala exclusiva para a produção de vetores lentivirais, com pressão negativa; Uma sala ISO 6, equipada com cabine de segurança biológica (ISO 5), destinada ao preparo de soluções estéreis; Duas salas para controle de qualidade, garantindo altos padrões de segurança e conformidade.; Uma sala para armazenamento de materiais e reagentes; Uma ampla sala de criogenia (CNC), utilizada para criopreservação e armazenamento de produtos. A sala de criogenia dispõe de controle contínuo de temperatura e umidade, monitoramento de oxigênio e um sistema de exaustão mecânica para diluição de traços residuais de nitrogênio. O ambiente é equipado com alarmes sonoros e visuais, tanto internos quanto externos, garantindo total segurança no armazenamento de materiais biológicos.

O NUTERA possui um sistema de HVAC independente em todas as salas, assegurando um monitoramento contínuo de temperatura e umidade, com registro ininterrupto dos dados. Além disso, os fluxos de pessoas, materiais, insumos, amostras biológicas, produtos finais e resíduos foram planejados de forma racional para evitar cruzamentos, minimizando erros e prevenindo o risco de contaminação cruzada.

Para garantir altos padrões de qualidade e segurança, o NUTERA opera sob rigorosos Procedimentos Operacionais Padrão (POP), que regem todos os equipamentos e processos desenvolvidos. O centro possui licença sanitária vigente como Centro de Processamento Celular (CPC), acreditação da AABB desde 2023 e Certificado de Qualidade de Biossegurança (CQB) para manipulação de Organismos Geneticamente Modificados (OGM).

Com essa infraestrutura pioneira e altamente qualificada, o NUTERA-RP se estabelece como um pilar essencial para o desenvolvimento e consolidação da terapia com células CAR-T no Brasil, ampliando o acesso a tratamentos inovadores e fortalecendo a autonomia nacional na produção de terapias avançadas.

Impactos do NUTERA para o Sistema Único de Saúde (SUS): A implementação da tecnologia de células CAR-T representa um avanço significativo na ampliação do acesso a terapias avançadas e na redução de custos para o SUS. O desenvolvimento de um vetor CAR anti-CD19 inovador (Patente BR102024002560-1) e a criação de um processo fechado para a produção dessas células (Patente BR 10 2023 019065 0) garantem maior segurança, eficiência e reprodutibilidade, permitindo sua adoção em larga escala pelo sistema público de saúde. A produção nacional dessa terapia reduzirá drasticamente os custos ao minimizar a necessidade de importação de insumos de alto valor agregado. Essa iniciativa torna o tratamento mais acessível para pacientes, hospitais e para o próprio SUS, além de impulsionar o setor biotecnológico brasileiro. O licenciamento do vetor para empresas farmacêuticas e biotecnológicas também representa uma oportunidade estratégica de geração de receita, permitindo o financiamento de novas pesquisas e a ampliação da tecnologia. Além do impacto direto no tratamento de pacientes, o programa investe na formação de profissionais capacitados em biotecnologia, terapia celular e medicina de precisão. A capacitação de médicos, biomédicos, farmacêuticos, engenheiros e cientistas fortalece o ecossistema de pesquisa e inovação no Brasil, promovendo maior autonomia tecnológica e desenvolvimento econômico sustentável.

Impactos Social e Cultura do NUTERA: O impacto do NUTERA não se restringe apenas à esfera científica e econômica; ele também tem um papel relevante na disseminação do conhecimento e na educação científica. A iniciativa fomenta uma cultura de inovação por meio de:

-Atividades educacionais na educação básica, incluindo palestras e workshops incentivando o interesse pela ciência e pela biotecnologia (Workshops).

-Parcerias com universidades e centros de pesquisa, oferecendo estágios e programas de capacitação para estudantes interessados em terapias celulares e biotecnologia.

-Divulgação científica e aproximação com a sociedade, por meio de eventos e conteúdos acessíveis que ajudam a desmistificar a terapia com células CAR-T e reforçam a confiança na ciência brasileira.

Essas ações não apenas promovem a inclusão científica, mas também geram impactos tangíveis na formação de novas gerações de pesquisadores e profissionais da área da saúde.

Indicadores de Impacto do NUTERA: A relevância do programa pode ser mensurada por meio de indicadores concretos, tais como:

-Redução de custos no tratamento de LLA e NHL pelo SUS.

-Aumento na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes tratados com células T-CAR.

-Formação e capacitação de profissionais especializados na produção e aplicação da terapia.

-Engajamento de estudantes e docentes em eventos educacionais sobre terapia celular e áreas correlatas.

Em resumo, todas estas ações atestam as transferências para a sociedade que o programa pode propiciar com sua atuação de docentes e discentes, ajudando a: 1) treinar e atrair jovens talentos para a ciência buscando melhoria das condições de saúde das comunidades e 2) resolver problemas de saúde regionais e/ou nacionais.