Linhas de Pesquisa

5 de fevereiro de 2021

Oncologia

Nas últimas décadas, o câncer tornou-se um problema de saúde pública mundial, com crescente incidência devido ao envelhecimento e crescimento da população bem como às mudanças na prevalência de fatores de risco ligados ao desenvolvimento socioeconômico. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer lidera entre a primeira ou segunda causa de mortalidade da maioria dos Países. A agência Internacional de Pesquisa em Câncer estimou a ocorrência de 18.1 milhões de novos casos de câncer e 9.6 milhões de mortes por câncer no ano de 2018 em todo o globo, o que exemplifica o incremento observado em relação ao ano de 2012, quando foram diagnosticados 14,1 milhões de casos novos e morreram 8,2 milhões de pessoas em decorrência da doença. No Brasil, as neoplasias são a segunda causa de mortalidade. O Instituto Nacional de Câncer projetou para o biênio 2018-2019 a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer, estando as neoplasias de próstata, mama feminina, colo uterino, pulmão e cólon e reto entre as mais incidentes, com taxas semelhantes às dos países em desenvolvimento. Diante dessa realidade, o Programa realizou esforço recente no ano de 2019 para ampliar a área de investigação em Oncologia Clínica, dentre outras, a inclusão de novo docente USP como orientador e pesquisador na área de investigação genômica e epidemiológica do câncer.

Células-tronco

A pesquisa em células-tronco está em andamento desde a estruturação do Programa e inclui estudos sobre mecanismos, marcadores biológicos e estratégias terapêuticas para neoplasias e falências da medula óssea, bem como investigação sobre a contribuição de células do microambiente e do sistema imune sobre a origem dessas doenças. Essa área de pesquisa se mantém forte no Programa como fonte de resultados com relevante impacto científico e continua em pleno desenvolvimento. 

Terapia Celular

A terapia celular, por definição mínima, compreende a utilização de células com objetivos terapêuticos. Estas células quando injetadas por via intravenosa no organismo exercem ações sistêmicas ou atingem órgãos e tecidos protegidos, tais como a medula óssea ou o sistema nervoso central. Quando usadas localmente ou injetadas diretamente nos tecidos ou órgãos comprometidos, podem promover algum efeito regenerativo ou protetor. Para fins da terapia celular, podem ser utilizadas células maduras do sangue periférico como acontece nas transfusões sanguíneas, ou ainda linfócitos geneticamente modificados (células CAR-T) para o tratamento de neoplasias e doenças imunes, como também podem ser utilizadas células-tronco ou células progenitoras com o objetivo de promover o reparo ou substituição de um tecido ou órgão lesado. Neste último caso, a equipe de pesquisadores envolvida no programa tem contribuição consolidada por décadas de transplantes inovadores de células-tronco hematopoiéticas derivadas da medula óssea, do sangue periférico ou do sangue do cordão umbilical para tratamento de leucemias, linfomas, doenças imunes e hemoglobinopatias. A terapia celular teve recente avanço no Programa com a implementação e otimização da pesquisa básica e clínica em células CAR-T no ano de 2019. Além do estabelecimento da técnica de expansão destes linfócitos geneticamente modificados em laboratório especializado e inclusão de pesquisador/docente da USP com experiência nesta área específica como orientador do Programa, os resultados obtidos neste último ano impulsionaram a realização dos ensaios clínicos com células CAR-T no ano de 2020, fazendo da nossa Instituição pioneira na América Latina para realização deste tipo de terapia celular.

Há, portanto, grande complementaridade e sobreposição na investigação científica nas áreas de oncologia clínica, células-tronco e terapia celular. Para fins pedagógicos e programáticos, o Programa contempla duas áreas de concentração, subdivididas nas seguintes linhas de pesquisa:

1 – Células-Tronco e Terapia Celular:
1.1 Células-Tronco Somáticas;
1.2 Células-Tronco Pluripotenciais
1.3 Estudos Pré-Clínicos e Clínicos em Terapia Celular.

2 – Diferenciação Celular Normal e Neoplásica:
2.1 Células Tronco Neoplásicas;
2.2 Marcadores Tumorais.