Nossas histórias

(Créditos de imagem para Yevgenia Nayberg)

Eu vejo que desisti de muitas coisas por causa das vozes, hoje eu vejo que posso fazer essas coisas de um jeito diferente. Levou quase 5 anos para eu descobrir o que as vozes queriam dizer. As vozes queriam me falar uma outra coisa, havia uma mensagem por detrás. Eu fiquei esses 5 anos sem orar por causa das vozes. Hoje eu entendo que eu estava orando magoado e isso influenciava no conteúdo das vozes. Agora eu tenho um controle maior, sobre as vozes, sobre mim mesmo e um conhecimento bem maior.

(L.T.A. – Especialista por experiência)

“A primeira vez que eu ouvi vozes, foi quando eu ouvi vozes dos meus pais me chamando. Aí quando cheguei lá, não tinha ninguém me chamando. Eu perguntei para eles se eles me chamaram, mas meu pai estava dormindo e minha mãe disse que não. Até então eu achei que era uma brincadeira deles. Depois disso eu comecei a ouvir outras vozes, de conhecidos e desconhecidos. Eu achava que essas vozes e essas pessoas estavam me vigiando.”  (…) “As vozes me falavam coisas, me chamavam por apelido ou falavam para fazer algo. Dentre as vozes que eu ouvia, umas davam a entender que umas pessoas queriam me ajudar e que outras queriam meu mal.”

(W.J. – Especialista por experiência)

“Sobre a minha experiência no grupo de ouvidores de vozes foi que eu aprendi a lidar melhor com as minhas vozes. Também conheci novas pessoas que ouvem vozes e acabei fazendo boas amizades. O grupo para mim hoje é uma rede de apoio! A gente se ajuda, sempre tem alguém presente quando um ou outro está ouvindo muitas vozes, vendo vultos ou quando alguém está com algum problema. Sempre tentamos ajudar. Lá tem pessoas muito experientes que conseguem lidar com as experiências. Vejo que pessoas novas que não conseguem lidar com as vozes vão gostando do grupo, acabam ficando e participando dos encontros. Eu hoje estou ajudando as pessoas, pois no grupo eu aprendi algumas coisas e hoje consigo passar para frente.”

(M.M. – Especialista por experiência)

(Créditos de imagem para The boy - 2017)

“Eu acho que eu tinha uma vida normal e fazia tudo que eu queria, de repente eu comecei a escutar uma voz querendo que eu me matasse. Eu tentei suicídio e fui levado ao hospital e não entendia o que era aquilo. Fiquei uma semana internado e me deram um diagnóstico. Eu ouvia vozes e tinha que me tratar. Eu vivi muitas situações ruins por causa das vozes e me mutilava.  No grupo eu pude conhecer melhor o que era aquilo. Me abriu para entender a voz. Hoje eu ainda escuto ela, mas tem hora que ela vem forte e eu preciso fazer algo. Eu aprendi jeitos de lidar com a voz junto com o pessoal do grupo. No grupo conheci outras pessoas. Hoje eu me identifiquei com a possibilidade de uma vida melhor mesmo com a minha voz.”

(R.U.C – Especialista por experiência)