O Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), da USP, marcou presença na COP30, no período de 10 e 16 de novembro, em Belém, com uma agenda intensa de diálogo internacional, participação em painéis e articulação científica. Representaram o centro o diretor científico Prof. Julio Meneghini e a diretora de Recursos Humanos e Comunicação Institucional Profa. Karen Mascarenhas, além dos professores Paulo Artaxo (IF-USP) e Carlos Eduardo Pellegrino Cerri (Esalq-USP).
Educação e clima – O Prof. Julio Meneghini participou do painel “Higher Education for Climate Action”, realizado no Higher Education Pavilion da Blue Zone no dia 15 de novembro. Também integrou a sessão a Profa. Patricia Iglecias, superintendente de Gestão Ambiental da USP, juntamente com Patrícia Pereira da Silva (vice-reitora da Universidade de Coimbra) e Sônia Rodrigues (Coordenadora do Gabinete de Desenvolvimento Sustentável da instituição)
O painel discutiu caminhos para descarbonizar grandes campi universitários, envolvendo modernização de infraestrutura, governança climática, eficiência energética e preservação do patrimônio.
Descarbonização dos transportes – No dia 13 de novembro, a Profa. Karen Mascarenhas representou o RCGI no painel “Transport Decarbonization”, realizado durante os UN Global Compact – Brazil Network Side Events, parte do evento “Do Papel à Prática: Da Ambição à Ação Climática Empresarial”, promovido pelo Pacto Global da ONU – Rede Brasil
Ela abordou rotas tecnológicas para descarbonizar o transporte e ressaltou a importância da cooperação e da atuação interdisciplinar. Mascarenhas também apresentou os avanços do RCGI em captura, utilização e armazenamento de CO₂ (CCUS), rotas de combustíveis sintéticos, bioenergia, soluções baseadas na natureza e a tecnologia pioneira de hidrogênio renovável produzido a partir do etanol, desenvolvida no centro.
Debates estratégicos – Entre 10 e 14 de novembro, Meneghini e Mascarenhas participaram das Climate Action House Leaders’ Lunch Sessions, que reuniam diariamente entre 60 e 80 líderes globais para discussões temáticas sobre inovação digital, transição energética, financiamento climático, indústria de baixo carbono e biodiversidade. As sessões, co-organizadas com parceiros institucionais e amplamente acompanhadas por empresas, investidores e organizações multilaterais, aprofundaram o diálogo sobre governança e implementação de soluções climáticas.”
Tecnologias de baixo carbono – A equipe também acompanhou um side event internacional sobre CCS, promovido pela CCS Brasil, no dia 14 de novembro, que reuniu especialistas do Brasil e de outros países para discutir tendências e desafios em captura e armazenamento de carbono. Além disso, participaram de um evento a convite diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde, Fernanda Delgado, onde se reuniram com o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
Ambos receberam ainda convite para conhecer o Green Pioneer, navio movido a amônia da Fortescue — o primeiro do mundo com propulsão dual alimentada por amônia, reconhecido pela TIME como uma das melhores invenções de 2025 — e visitou também o barco movido a hidrogênio da GWM, ancorado no Porto Futuro.

Pesquisa e impacto – A participação do RCGI reforçou o protagonismo da universidade pública brasileira na agenda climática global. Para Meneghini, levar conhecimento científico à COP é essencial para acelerar soluções:
“O RCGI existe para transformar conhecimento científico em soluções reais. Na COP, mostramos que a academia brasileira pode liderar tecnologias essenciais para a descarbonização — e que estamos preparados para colaborar globalmente.”
Karen Mascarenhas destaca a relevância do encontro na conexão entre pesquisa e sociedade: “A COP é o lugar onde a ciência precisa estar. Não apenas para apresentar resultados, mas para dialogar e construir soluções que façam sentido para o Brasil e para o mundo.”