HISTÓRICO

A iniciativa de formalizar um núcleo de ensino, pesquisa e assistência às mulheres com câncer de mama foi solidificado à medida em que se buscava informações sobre o que se tem feito no meio profissional para facilitar o processo de reabilitação dessas mulheres.

Foi constatado que poucos esforços eram implementados nessa tarefa e, os espaços que existiam eram tentativas pessoais; com escassos recursos e geralmente pouco valorizados; apesar do reconhecimento por aqueles que diretamente se envolvem nesse cuidado de que a mutilação da mulher leva a sérias consequências físicas, sociais e emocionais.

Em maio de 1989, ao concluir a ampliação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP, foi reservado um espaço físico na área destinada aos laboratórios de ensino e pesquisa para assistência a mulheres mastectomizadas. Portanto, neste ano, iniciaram-se as atividades do REMA.

Com apenas alguns meses de funcionamento pudemos constatar que, após a alta hospitalar, a mulher mastectomizada encontrava-se desamparada com tantos problemas físicos, sociais e emocionais, voltando para o serviço de saúde de origem, apenas para completar outros tratamentos e realizar exames rotineiros de acompanhamento. Isto se tornou evidente pelo número de mulheres que procurou o Rema, sendo que grande parte delas, provinha de vários hospitais da cidade e região.

Ao mesmo tempo que o processo de assistir estas mulheres ia se desenvolvendo surgia a necessidade de documentar a experiência e avaliá-la e mais, colocar em prática alguns de nossos pressupostos teóricos, ou seja, que o processo de assistir em saúde vai além do anátomo – fisiológico, além da recuperação física, contemplando da integralidade da pessoa e suas especificidades, quer na área biológica, social e psicológica. E quando há um comprometimento que coloca em risco a vida e a imagem corporal da mulher, o processo de ajuda é mais necessário, implementando ações e intervenções que atendam às necessidades identificadas.

Portanto o trabalho desenvolvido busca uma visão de mundo que coloca a mulher no centro de análise e ação social e para isso a participação de uma equipe multidisciplinar com compromisso de fomentar o bem-estar das mulheres, tanto individualmente como um grupo social em todas as esferas de sua experiência enquanto mastectomizadas torna-se fundamental.