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REMA – Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
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28/01/2021

O impacto do tratamento do câncer de mama no emprego

Pesquisas apontam que mais da metade das mulheres que ainda não possuem idade suficiente para se aposentar estão na força de trabalho nos países ocidentais, posto isso impacto causado pelo tratamento do câncer de mama no emprego é uma questão importante que deve ser considerada pela saúde pública, tendo em vista que um terço dos pacientes diagnosticados com câncer de mama possuem menos do que 55 anos de idade.

Os efeitos adversos do tratamento do câncer de mama podem afetar negativamente a capacidade de trabalho de pessoas com o diagnóstico, pois uma análise de 36 estudos norte- americanos e europeus sugerem que sobreviventes do câncer de mama correm maior risco de desemprego quando comparados com indivíduos sem histórico de câncer. Os estudos também demonstram que mulheres com estágio III ou pacientes com mais de 50 anos, que foram submetidas à mastectomia, dissecção de linfonodo axilar e/ou recebem tratamentos sistêmicos, como combinações de quimioterapia e trastuzumabe, possuem maiores chances de não retornarem ao trabalho após o tratamento do câncer de mama, visto que as mesmas relatam sentir desconfortos tanto físicos quanto psicológicos no pré e pós-tratamento, tais como dores e inchaço nos braços, cansaço físico e mental, depressão e ansiedade.

Deste modo, o retorno ao trabalho após o câncer de mama é um processo que depende de fatores médicos, como o seu tratamento e os efeitos adversos provocados pelo mesmo. A capacidade para o trabalho pode ser prejudicada pela quimioterapia, mastectomia ou dissecção do linfonodo axilar. E também, uma proporção significativa dos pacientes com o diagnóstico apresentam fadiga (cansaço), comprometimento cognitivo, sofrimento psicológico, comprometimento do ombro e disfunção do braço, como a perda da força do membro superior ou até mesmo presença de dor, como uns dos efeitos indesejáveis do tratamento do câncer, que quando presentes podem afetar o desempenho no emprego. Por um outro lado, o retorno ao emprego é de extrema importância para a reabilitação, tendo em vista que o mesmo permite com que muitos pacientes se sintam com um maior controle de suas vidas, mantendo assim uma certa normalidade de sua vida antes do diagnóstico.

Portanto, é essencial que o tratamento do câncer também inclua programas para apoio na reintegração profissional, auxiliando e incentivando as pacientes em seu período de aceitação/recuperação, oferecendo intervenções que não se concentrem apenas nas questões profissionais do paciente, mas que envolvam como um todo, considerando assim suas dificuldades físicas e psicossociais.

 

Referência:
DUMAS, A. et al. Impact of Breast Cancer Treatment on Employment: Results of a
Multicenter Prospective Cohort Study (CANTO). Journal of clinical oncology, v. 38, n. 7,
dec. 2019. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7048162/>.
Acesso em: 22 jan. 2021.

 

Trabalho realizado pelas alunas: Bárbara Motta Pinheiro Valente, Isabela de Sousa Lima e Pâmela Roder da Silva.

Orientadoras:

Enfermeira Maria Antonieta Spinoso Prado

Profa. Dra. Marislei Sanches Panobianco

Profa. Dra. Thais de Oliveira Gozzo