Análise organizacional voltada para inovação, flexibilidade e alto desempenho

Considera-se que a diferenciação de uma empresa se dá tanto pela sua capacidade de organizar, mobilizar e desenvolver seus recursos internos para inovar e diferenciar produtos, quanto pela sua capacidade de criar valor de serviço, este entendido como a transformação da condição de atividade de um destinatário ou de seus dispositivos de ação. Os padrões de desempenho e eficiência de sistemas de produção com essas características, principalmente se apoiados em processos significativamente automatizados, são função da arquitetura organizacional projetada, e da dinâmica organizacional que tal arquitetura viabilize. Em sistemas com as características acima, a abordagem tradicional de organização – comumente chamada de clássica ou taylorista – fordista – apresenta claros limites, na medida em que se baseia no projeto prescritivo de tarefas associadas a um método padrão (relativo aos movimentos, gestos), a um tempo padrão e a um posto de trabalho pré-definido. Ocorre que, nos sistemas considerados, a base da eficiência não está na economia do movimento operário, mas sim no tratamento de eventos (áleas na produção) e mais na interface entre atividades (relação entre setores na produção, relações produção – manutenção, qualidade, suprimentos, projeto de produto, planejamento etc.) do que na atividade em si. A abordagem teórica alternativa à clássica é a chamada escola sócio-técnica . Na chamada sócio-técnica tradicional há uma série de princípios genéricos, mas não há a discussão de uma metodologia de projeto que sirva de ferramenta às equipes envolvidas na (re)definição dos parâmetros da organização. Assim, lança-se mão, como ancoragem conceitual, da chamada sociotecnologia moderna desenvolvida por uma série de autores holandeses, e dos desenvolvimentos teóricos sobre organização qualificante , eventos e comunicação no trabalho proposto por Philippe Zarifian.

Observatório do Setor Automotivo: inovação organizacional, relações de fornecimento e gestão do desenvolvimento de produtos

A pesquisa é desenvolvida no Núcleo de Estudos em Trabalho, Tecnologia e Organização (TTO) do Departamento de Engenharia de Produção da EPUSP, envolvendo também pesquisadores de outras unidades da USP e de outras universidades. Atua coordenadamente com rede internacional de pesquisa sobre a indústria automobilística e seus trabalhadores (GERPISA: Permanent Group for the Study of the Automobile Industry and its Employees), da qual fazemos parte da coordenação científica. Os financiamentos para as pesquisas desta linha têm sido do CNPq, CAPES e FAPESP (bolsas e auxílios), do próprio Departamento (auxílios diversos), de organismos internacionais (União Européia; IDE-Japão; Rede Gerpisa (para fins de participação em eventos) do BNDES para o projeto mapeamento da nova configuração da cadeia automotiva brasileira . O setor automobilístico está passando por inúmeras transformações no mundo como um todo e no Brasil em particular. Especificamente, o Brasil recebeu inúmeros novos investimentos em fábricas montadoras, que inauguram novos conceitos de organização da produção e de relação com fornecedores, como nos casos de consórcio modular e condomínio industrial. Ainda, constitui-se num importante centro de projeto de produto para muitas empresas, o que nos levou a criar o conceito de sede de projeto . Ao lado das discussões de novos modelos de produção (em substituição do fordismo tradicional) e da crítica às formulações acerca de um esquema único (lean production), o intento desta linha de pesquisa é acompanhar a trajetória das empresas ao longo do tempo, para apreensão dos fatores críticos que levam a mudanças, e para compreensão dos condicionantes destas mudanças e das formas efetivas que elas assumem para além dos rótulos . Direcionamos a pesquisa a alguns temas: a) caracterização das novas configurações produtivas – condomínio industrial e consórcio modular; b) cadeia de suprimento e relação montadoras – fornecedores; c) relações entre organização do projeto

Gestão da Inovação: modelos de organização e gestão da cadeia expandida de inovação da empresa

Estuda a gestão estratégica da inovação, com vistas à geração de modelos de abordagem para a cadeia expandida de inovação da empresa. Tem como suposto que um dos principais diferenciais entre as empresas, qualquer que seja sua atividade, é sua capacidade de inovação e diferenciação de produto, e a criação de valor de serviço, qual seja, a transformação das condições de atividade de um destinatário ou de seus dispositivos de ação. A abordagem da linha é tanto quantitativa, através de processamento de microdados das principais bases de dados nacionais (Pintec, PIA, PAS e outras do IBGE; RAIS/MTE; Secex/MDIC etc.), voltada à compreensão do estado da situação no universo de empresas, quanto qualitativa, através de estudos de caso, para detecção de tendências e fatores emergentes. Os modelos existentes de gestão da inovação – funil, stage gates, plataformas/silos de tecnologia – são procedurais, com melhor aderência para inovações incrementais em grandes empresas com P&D estruturado. Mas não são adaptados para star ups, spin offs acadêmicos, nem para gestão de inovação radical ou para a inovação de empresas de segmentos tradicionais, sem P&D estruturado. Para tanto, a linha discute parâmetros ou contingências que influenciam na gestão ampla de projetos de inovação, com vistas à caracterização de modelos específicos para cada caso/contingência ou conjunto delas. Tema básico trabalhado é a relação entre inovação e organização e gestão da empresa, buscando captar, analisar e propor formas de abordagem, de projeto e análise organizacional, voltados para estratégias de inovação, diferenciação de produtos e criação de valor de serviço. São abordadas as condições organizacionais e as competências que suportam a mobilização de recursos e a tomada de decisões, em suas diferentes instâncias, relativas a projetos e iniciativas de inovação.

Política industrial, tecnológica e de comércio exterior (PITCE)

Refere-se a elaboração de estudos de apoio à elaboração da PITCE.

Inovações, padrões tecnológicos e desempenho das firmas industriais brasileiras

Análise da situação da inovação na indústria a partir de processamentos em micro-dados da Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica (Pintec/IBGE), articuladamente com outras bases de dados (PIA/IBGE, Rasi/MTE; Com.Exterior/Secex-MDIC etc.). Elaboração de categorias de empresas conforme estratégia competitiva praticada, e processamento a partir dessas categorias: a) empresas que inovam e diferenciam produtos; b) empresas especializadas em produtos padronizados, com produtividade compatível com a categoria anterior; c) empresas que não diferenciam produtos e têm produtividade menor em relação às anteriores. Linha semelhante passou a ser desenvolvida na USP em 2007, em colaboração com o Ipea.

Inovação e organização na indústria brasileira

Acompanhamento das estratégias setoriais de inovação e desenvolvimento tecnológico na indústria e em setores selecionados de serviços (software), em relaçào com entidades setoriais empresariais e órgãos governamentais.