Supressão

A remoção ou supressão de árvores em ambientes urbanos, preferencialmente, deve fazer parte do plano de manejo arbóreo municipal, como atividade condicionada ao monitoramento da saúde das árvores e de sua interação com a cidade, o que, por sua vez, deve integrar o inventário arbóreo. A ação pode ser necessária em função de:

  •  risco de queda, 
  • expansão urbana, 
  • interferência do crescimento da árvore na infraestrutura local (fiação elétrica, rede pluvial, abastecimento de água, esgotamento sanitário, calçadas, etc.),
  • queda efetiva (total ou parcial) em decorrência de intempéries ou acidentes, 
  • pode ser demandada também por cidadãos.

Entretanto, a ação sempre é precedida da avaliação e autorização dos órgãos públicos competentes; no último caso, em geral a defesa civil é acionada.

Principais fatores que influenciam no risco de ruptura ou queda de árvores

Defeitos estruturais

  • declínio da madeira – apodrecimento, fungos, cavidades, rachaduras abertas ou protuberâncias;
  • rachaduras – ao longo do tronco, muitas devido a podas incorretas;
  • problemas nas raízes – ancoramento inadequado no solo, danificação ou enovelamento;
  • união fraca de galhos;
  • cancros – segmentos mortos devido à ação de fungos, insetos, raios ou injúrias mecânicas;
  • alterações da arquitetura típica da espécie, gerando desequilíbrio e fraqueza estrutural;
  • galhos, ponteiras ou árvore morta.

Espécie

  • a madeira de algumas espécies possuem condições estruturais e mecânicas mais frágeis.

Tamanho e idade

  • As maiores e mais velhas são menos aptas a se adaptar a condições desfavoráveis e mais sujeitas a desvitalização e outras desordens. Por outro lado, as árvores de crescimento acelerado tendem a ser estruturalmente mais fracas, sendo mais suscetíveis, mesmo jovens.
Árvore muito grande, destruindo calçadas, no bairro de Pinheiros, município de São Paulo, SP. Foto: PodaLab

Localização e entorno

  • Árvores mais isoladas, em canteiros pequenos, com barreiras às raízes, plantadas em solos rasos ou mal compactados sofrem mais o impacto dos ventos.

Condições do tempo

  • Locais com ocorrência de ventos de direções variadas oferecem maior risco.

Práticas de manutenção

  • podas inadequadas.

Alvos potenciais

  • probabilidade de atingimento de pessoas, carros ou residências pela queda da árvore em zonas de maior fluxo ou adensamento.

A atividade de supressão sob a ótica do aproveitamento da madeira

Trata-se de um serviço especializado, que requer pessoal bem treinado e equipamento adequado, em função das dimensões e peso dos segmentos do tronco e galhos, podendo causar acidentes com a equipe ou transeuntes, ou danos materiais ao entorno.

 

Desta forma, do ponto de vista do aproveitamento posterior da madeira cortada, é recomendável que as práticas e equipamentos utilizados sejam adequados, sempre que as condições do entorno permitam, para ampliar as possibilidades de processamento e emprego do material. Os equipamentos mais recomendados para as operações de poda e supressão são:

  • motoserra
  • motopoda com braço telescópico 
  • caminhão munck com garra para madeira ou 
  • trator com garra para madeira e carreta
  • mini serraria móvel
  • soprador aspirador folhas
  • serrote de poda com serra curva
  • kit A02 – arboricultura poda em árvores completo
  • escada extensível
  • carretilhas,  corda de sisal e vara de manobra
  • caçambas
  • picador
Caminhão munck com garra para madeira

A reposição do exemplar suprimido

Finalmente, seguindo as recomendações dos planos de arborização locais e visando, ao menos, a manutenção da cobertura arbórea, é importante substituir o exemplar removido pela muda de uma nova planta, no próprio local ou nas proximidades. A espécie escolhida, o tamanho da muda e seu porte previsto na idade adulta devem ser adequados às condições edafoclimáticas, à ocupação do solo e trânsito no entorno, preferindo-se, sempre que possível, espécies nativas do bioma local.