Palestra “Diversidade e inclusão”

Em mais um evento sobre o tema da diversidade e inclusão, o ECar USP contou com a presença de Alexandra Loras: executiva, consultora e ex-consulesa da França em São Paulo.  

De acordo com o IBGE, 52.0% da população brasileira se classifica como pertencente ao gênero feminino e 56.0% da população brasileira se autodeclara preta ou parda. Analisando esses dados a partir de uma perspectiva interseccional, nota-se que a maioria das mulheres brasileiras é preta ou parda. Sendo assim, a palestrante nos instigou a pensar sobre diversidade e inclusão no sentido do gênero e da raça/etnia nas companhias.  

Do ponto de vista do gênero, Alexandra Loras esclarece que geralmente a mulher quando ascende na alta liderança tende a investir mais em diversidade e inclusão nas empresas em que atuam, incorporando outras minorias em cargos de chefia: mais mulheres, pessoas pretas, LGBTQIA+, PcDs, entre outros marcadores sociais da diferença.   

Já quando se fala de raça/etnia, ela explica que grande parte do público consumidor no Brasil pertence ao grupo das pessoas afrodescendentes, porém a maioria das organizações ignoram essa realidade, na medida em que preferem ser racistas do que capitalistas. Dessa forma, as corporações perdem dinheiro ao desconsiderar a questão étnico racial. Tais fatores de ordem discriminatória estão marcados na história do Brasil, não só pelo processo de escravidão imposto aos homens e mulheres pretas no período colonial, mas também tornou-se ainda mais enfático com o movimento imigratório de nazistas, após a segunda guerra mundial. Este grupo imigratório foi responsável por difundir ainda mais a eugenia no país. 

Em suma, a questão central da diversidade e inclusão, de acordo com Alexandra Loras, é trazer mais mulheres e pessoas pretas para a alta liderança, pois as empresas financiam, muitas vezes, apenas a diversidade e inclusão nos processos seletivos para a contratação de estagiários, ignorando os grupos minoritários para os programas de trainee ou qualquer outro cargo mais elevado na hierarquia das instituições.

Apesar da falta de acesso à educação ser uma realidade crônica no Brasil, isso não significa que faltam mulheres e pessoas pretas qualificadas para ocupar os altos cargos de liderança das multinacionais. Sendo assim, Alexandra Loras criou um aplicativo denominado “Protagonizo” destinado a captar e encaminhar os currículos dessas minorias com pós-graduação e inglês fluente para os empregadores.   

Um dos momentos mais marcantes de seu discurso aconteceu quando ela propôs uma inversão de mundos na publicidade e propaganda como tentativa de reflexão sobre o viés do inconsciente coletivo. Para ela, a sociedade brasileira poderia observar melhor a dinâmica do carnaval, um evento cultural que mobiliza principalmente as pessoas afro-brasileiras e ver como elas são um exemplo de liderança organizacional. Se toda essa expertise fosse aplicada nas empresas, nosso país estaria mais avançado em diversidade e inclusão.   

 

Assista abaixo:

Talk Show “Jovens líderes para o futuro”

Para discutir sobre liderança realizamos uma live com o Rodrigo Cobra, administrador público com vasta experiência no tema, além de professor assistente no Renova BR e, também, com a Maria Tereza Gomes, jornalista, mestre em administração e CEO da empresa Jabuticaba Conteúdo.

O Renova BR é uma escola de formação política apartidária e gratuita, destinada a pessoas comuns que ainda não foram eleitas em qualquer cargo de liderança política no âmbito nacional. Seu objetivo é ensinar como exercer a política por meio da formação de novos dirigentes. Após a conclusão do curso o aluno é considerado apto a pleitear uma eleição governamental ou quaisquer outras atividades que ultrapassam o campo da administração pública.      

Um dos pilares da vida pública é a liderança. E, para exercê-la é necessário ter, acima de tudo, experiências pessoais e coletivas diversas. A partir delas o líder pode expor as suas vulnerabilidades com o intuito de abrir caminho para que outras pessoas se sintam inspiradas a participar de espaços de representação comunitários como associações de bairro, centros acadêmicos, diretórios de estudantes, grêmios de escola, entre outros grupos constituídos. Ademais, todo líder precisa estabelecer limites entre o que ele pode fazer e aquilo que não está sob sua alçada para ampliar as possibilidades no seu desempenho como influenciador. 

 

 

Talk Show “Carreira em tecnologia ou em agro? Você pode ter as duas

André Dias, ex-aluno da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo que atualmente ocupa o cargo de presidência da empresa Nutrien Soluções Agrícolas, fez parte de um talk show que inaugurou, oficialmente, o ECar Piracicaba. Também participou do evento a Maria Tereza Gomes, jornalista e parceira estratégica do Escritório.  

O Brasil é um terreno fértil para trabalhar com a agricultura e, atualmente, ela precisa da tecnologia para se desenvolver, fato comprovado pela crescente mecanização do campo. O agribusiness cresceu e se tornou tão atrativo no país que acaba despertando o interesse de várias áreas de atuação profissional, como a engenharia. Uma das oportunidades a serem exploradas por esse setor é trabalhar em conjunto com a ciência de dados, pois ela permite conhecer o produtor de uma forma individualizada e, com isso, administrar com mais eficiência os resultados almejados em razão da diversidade de demandas no cultivo da terra. Apesar desse avanço do segmento agro, ele ainda está atrasado quando se compara com outras indústrias, daí a necessidade de reter mais pessoas engajadas para atuar nessa área tão promissora para o país e para o mundo, visto que uma das vocações brasileiras é a exportação de commodities.

Confira abaixo:

Estação ESALQ – O ECar USP em Piracicaba

No podcast da @esalqmidias, foi abordado hoje sobre a oficialização do ECar Avançado de Piracicaba e o evento “Carreira em tecnologia ou em agro?” que marcará a primeira ação no campus.

O talk show está marcado para o dia 8 de abril, às 17h, com o convidado André Dias, Presidente da Nutrien na América Latina, com a mediação da parceira estratégica e jornalista, Maria Tereza.

Confira o podcast na íntegra abaixo:


Consenso científico

Desde algum tempo, a ciência tem sido desacreditada por parte de grupos da sociedade civil. E com o surgimento da pandemia da COVID-19, tal realidade se tornou mais evidente, pois conta com o apoio de grandes redes de desinformação difundidas nas redes sociais. Acontece que as fake news envolvendo temas relacionados à saúde afetam todo o coletivo, na medida em que a utilização de medicamentos sem comprovação biomédica contra o coronavírus contribui ainda mais para a hospitalização das pessoas, porque fármacos usados de forma errônea, sem indicação médica e em dosagens excessivas afetam órgãos como o fígado, superlotando sem necessidade o serviço de saúde. Dessa forma, é preciso entender que o único caminho para sairmos dessa crise sanitária global é a defesa da ciência e, no momento, a vacinação em massa da população.

Confira o vídeo do Professor Helder Nakaya:

 

Oficina “Aspirantes a pesquisadoras”

No dia 8 de março de 2021, dia internacional das mulheres, as pesquisadoras Elysandra Figueredo Cypriano, docente do Departamento de Astronomia do IAG/USP; Ester Borges, mestranda do Departamento de Ciência Política da FFLCH; Gabriela Ferreira, doutora em Relações Internacionais pelo IRI-USP e Janina Onuki, diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP, trocaram experiências pessoais e profissionais com alunas do Ensino Médio de escolas públicas do estado de São Paulo. 

Na ocasião, as pesquisadoras instigaram a participação das meninas na ciência, tecnologia e inovação, pois a conjuntura atual do ambiente acadêmico exige uma maior representatividade, no caso a inclusão de mais mulheres nesse universo. Para isso, é necessário ressaltar que os modelos de trajetória feminina na ciência que temos hoje servem apenas como inspiração às pessoas, uma vez que esses modelos não são e nem devem ser simplesmente reproduzidos, visto que cada ser humano tem um potencial que o caracteriza. Tal realidade requer uma mudança de cultura escolar com o intuito de envolver novas histórias femininas dentro do contexto científico. 

Confira abaixo:

Oficina “Talentos em pesquisa na graduação”

A oficina “Talentos e pesquisa na graduação”, que fez parte de um ciclo de eventos destinados à comemoração do dia internacional da mulher, contou com a presença de Roseli de Deus Lopes, vice-diretora do IEA/USP, docente da POLI/USP e vice-coordenadora do Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas (CITI-USP) e, também, da Maria Vitória Bentley, pró-reitora adjunta da PRG/USP.

Um dos pontos altos da oficina foi a conscientização das estudantes de graduação da Universidade de São Paulo sobre os benefícios de participar de iniciação científica durante a formação acadêmica, enfatizando que mesmo que elas não tenham a intenção de ser cientistas, o fato de atuar em uma iniciação científica durante a graduação é importante para conhecer os métodos necessários para atingir o conhecimento científico e tecnológico. Entretanto, fazer parte de uma iniciação científica não é importante apenas para adquirir conhecimento sobre pesquisa acadêmica, afinal ela também serve para o desenvolvimento profissional direcionado às empresas. Algumas corporações contratam estudantes que fizeram iniciação científica, porque acreditam que estes estudantes são pessoas as quais geralmente sabem isolar problemas e, com isso, resolver ou atenuar conflitos da vida real, uma competência requisitada atualmente pelo mercado de trabalho. Para desenvolver o talento na pesquisa é essencial elaborar boas perguntas embasadas em leituras da área de interesse, visando adquirir autonomia sobre a coleta e/ou análise de dados. Desenvolver a postura de pesquisador significa aguçar os sentidos e a capacidade de observação da realidade, para pelo menos tentar responder os problemas que o cotidiano nos impõe como desafios. 

Confira abaixo:

Oficina “Pesquisa e inovação: da geração do conceito à concessão da patente”

Em mais um evento associado à jornada do Dia Internacional da Mulher, Zilda de Castro Silveira, docente e pesquisadora do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, expôs algumas reflexões sobre o patenteamento de projetos, sobretudo os relacionados às engenharias.

É interessante observar que a história do produto moderno está relacionada com as revoluções industriais: os artesãos, antes das indústrias, elaboravam utensílios para o consumo próprio. No entanto, desde o surgimento das fábricas, vários marcos científicos se fizeram presentes: das primeiras máquinas a base de vapor à eletricidade e às tecnologias mais recentes, baseadas em uma maior customização das mercadorias seguindo padrões de escalas na produção.  

E quando se fala de patentes logo nos vem à mente a figura do inventor. Ele, em algumas situações, pode defender com tanta paixão o seu trabalho que, às vezes, acaba negligenciando a importância dos resultados econômicos e sociais que a patente é capaz de proporcionar ao autor e à comunidade a que a ele pertence. O mundo corporativo trabalha com indicadores, por essa razão as patentes precisam se direcionar nesse sentido, pois os projetos devem ser visionários, combinado aplicabilidade na vida real com boas estratégias de marketing, a fim de atingir o mercado. Ademais, esses efeitos das patentes são fundamentais para gerar confiança na indústria, se possível reunindo a inteligência de diferentes profissionais para gerar inovação.    

Confira abaixo:

Palestra “Bastidores de uma sinfônica – paixões e desafios da carreira do músico orquestral”

Em 2 de fevereiro de 2021, os convidados Cláudio Micheletti, spalla da OSUSP; Denise de Freitas Fukuda, violista da OSUSP; o Prof. Fábio Cury, diretor da OSUSP e professor do departamento de música da ECA-USP; Renato Kimachi, flautista da OSUSP e Vana Bock, violoncelista da OSUSP, integraram uma conversa sobre as particularidades da carreira de músico, especificamente do profissional de orquestra sinfônica. 

Um dos dilemas da categoria, assim como de qualquer profissional ligado às artes, é lidar com a descredibilidade de alguns setores da sociedade civil, visto que muitas vezes a carreira de músico é vista como apenas uma forma de entretenimento e não como profissão. Além disso, também possui desafios, como a necessidade de treinamentos repetitivos e solitários para assegurar a performance musical, exigência semelhante à dos atletas. Fazendo uma analogia com o mundo corporativo, o músico orquestral ocupa um espaço bastante verticalizado e repleto de protocolos em relação a vestimenta, por exemplo. Isso se reflete no engajamento do público com a música clássica, pois além da continuidade dessa estrutura elitista, inexiste incentivo governamental em promover a sua inclusão na educação básica do país. Por esta e outras razões, a carreira de músico de orquestra sinfônica ainda é considerada como tradicional. Mesmo levando em consideração toda essa austeridade do arquétipo do músico de orquestra, ele não deixa de ser responsável por difundir um tipo de arte, algo tão relevante para tornar as nossas vidas mais leves.  

Confira abaixo: